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Desolada, Elaine dos Santos Cavalcante estava sentada de frente para o que, até a última segunda-feira, era seu ganha-pão. Proprietária de um dos boxes que pegaram fogo na Rua do Peixe, ela olhava, hoje (24), para o amontoado de objetos queimados e cinzas, destruídos por um incêndio, que ainda não se sabe a causa. A comerciante estima um prejuízo de quase R$ 700 mil.
Elaine foi avisada por telefone quando seu boxe foi atingido pelas chamas. O incêndio começou por volta das 21 horas de segunda-feira. Os bombeiros foram chamados por pessoas que moram nos prédios vizinhos à Rua do Peixe, mas nada foi recuperado dos boxes atingidos. "Hoje (ontem) os jornais soltaram que foram quatro boxes atingidos, mas foram oito. Nenhum deles está funcionando".
Freezers, notebooks, balanças eletrônicas e mais de R$ 300 mil em mercadoria foi o prejuízo de Elaine, calculado por cima.
A comerciante conta que, até o começo da tarde de hoje (24), a perícia no local do incêndio não havia sido feita. "Eles (os bombeiros) pediram pra gente não mexer nos boxes e isolaram a área, mas nenhum perito veio aqui examinar".
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Para José Bispo dos Santos, outro proprietário de um dos boxes incendiados, a perícia devia ter sido feita no dia do incêndio. "Até agora não sabemos se foi um incêndio criminoso ou não. Nós (proprietários) estamos desamparados e queremos uma atitude do poder público", ressalta.
Bispo dos Santos também não sabia de onde sairia o sustento dele e de sua família dali para frente. Ele diz que chegou a perder mais de R$ 40 mil. "É daqui (da venda dos peixes) que eu sobrevivo. Não sei como vai ser agora".
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As instalações da Rua do Peixe são da Prefeitura de Santos. Os proprietários, que reclamavam da falta de manutenção no local por parte da Administração Municipal, chegaram até a cogitar algum problema estrutural que possa ter causado o incêndio.
Sobre o incêndio, a Prefeitura apenas informou que nenhum laudo sobre a causa havia sido feito até a tarde de hoje (24), mas a Defesa Civil esteve no local e interditou os espaços por apresentarem a estrutura comprometida. Ao contrário dos comerciantes, a Prefeitura afirma que apenas três boxes foram atingidos.
Além disso, a Administração ressalta que há seis meses a Prefeitura de Santos negocia com os comerciantes da Rua do Peixe para que desocupem o local, em comprimento à determinação do Ministério Público. Para tentar solucionar o problema, foi proposta a transferência desses comerciantes para o Mercado Municipal, mas não houve aceitação por parte dos ocupantes da Rua do Peixe.
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A alternativa que a Administração Municipal encontrou foi a de tratar com o Ministério da Pesca e Aquicultura para a execução de obras no Terminal Pesqueiro da União, na Ponta da Praia, que permitirá expandir o Mercado do Peixe e, ainda, acomodar os comerciantes da Rua do Peixe.
Sobre amparo aos trabalhadores prejudicados pelo incêndio da última segunda-feira, a Prefeitura não se manifestou.
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