Sofia Vigo Azevedo foi diagnosticada com tumor de Wilms. / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL
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Sofia Vigo Azevedo tem três anos, é pequena no tamanho e gigante na coragem. Com pouco mais de um ano, em 2017, após um mal-estar, ela foi diagnosticada com tumor de Wilms, um câncer no rim que cresce rápido, mas de forma silenciosa.
A partir daí se deu início ao tratamento e a uma possível cura para a doença da menina.
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Moradores de São Paulo, os pais a internaram em um hospital da cidade para realizar as primeiras 10 sessões de quimioterapia.
"Quando recebi a notícia a primeira coisa que me veio à cabeça foi na possibilidade de perder minha filha. As pessoas falam sobre ser positivo, mas quando você ouve isso e pensa no seu bebê de um aninho, não dá", diz a mãe Thaís Vigo Santos Azevedo, 34 anos, professora.
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Após as dez sessões, Sofia passou por uma cirurgia para retirada do tumor e de um rim. Depois, vieram mais 18 quimioterapias. Enquanto tudo isso acontecia, a família de Sofia se unia ainda mais e um fato curioso começou a ser notado pelos pais da garota: a quantidade de manifestações religiosas, de todos os tipos de fé, que chegavam pela internet.
Buscando força, a mãe da menina compartilhava a jornada no hospital em redes sociais e "uma corrente muito forte de amor começou a se fortalecer em torno da nossa filha. Era incrível como a gente conseguia sentir as energias positivas chegando para nós", explica o pai Sidney Rezende Azevedo, 45 anos, assistente social.
Ele diz que não segue nenhuma religião, mas que acredita em Deus e para não se desesperar ao ver a bebê passando por todo aquele processo doloroso no hospital, preferia se apegar a ideia de que, o que Ele decidisse, iria aceitar.
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Até então avesso às redes sociais, nem mesmo o Whatsapp usava, Sidney mudou de ideia quando percebeu que dividir a dor que sentia aliviava o peso do momento.
Pouco tempo depois, Sidney já estava montando grupos no Whats onde conversava com pessoas que há anos não via, como amigos e parentes distantes. Thaís fazia o mesmo. "No fim, a doença da nossa filha só reforçava como as pessoas são capazes de amar e de desejar coisas boas", analisa ela.
"Ouvia dos católicos 'entreguei o nome da Sofia para Nossa Senhora'... Os evangélicos diziam que o pastor da igreja estava orando por ela. Até cirurgia espiritual ela fez com os Kardecistas e recebeu também correntes da Umbanda. Nós aceitávamos todas as demonstrações de fé de coração aberto e isso nos fortalecia", explica Thaís.
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A união de tantas crenças fez nascer em Sidney um desejo de materializar o que a fé representava para a família naquele momento: amor e tolerância.
ESPAÇO DE FÉ
No fim do ano passado, Sofia terminou o tratamento. Ela segue fazendo acompanhamento médico a cada seis meses, mas já não tem mais a doença.
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"A equipe médica foi maravilhosa, mas acreditamos também que toda essa corrente positiva que se fez ao redor da Sofia ajudou demais", diz a mãe.
Por isso, a família veio para a casa de praia em Mongaguá e construiu um cantinho chamado 'Espaço de Fé, Amor e Gratidão'.
Instalado em frente à calçada do imóvel, num recuo do muro, foram colocados diversos azulejos com frases, versículos, pensamentos positivos, citações judaicas, palavras ouvidas durante o processo.
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Para respeitar todas as religiões não foram instaladas cruzes ou imagens - apenas palavras. "É um mural de tolerância e para marcar o aprendizado deste momento das nossas vidas", diz Sidney.
A inauguração do espaço está marcada para o dia 16 de novembro, na Rua dos Pescadores n.238 Jd. Oceanopolis, em Mongaguá. Haverá uma grande festa para as crianças do bairro e com representantes convidados de diversas religiões.
Foram convidados um padre da Paróquia local, um representante da Umbanda, do Kardecismo e dos Evangélicos.
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A família convida a todos para participarem deste ato de amor.