Cotidiano

Almoço em capital brasileira varia 246% entre bairros: da refeição a R$ 17 ao prato de R$ 60

O levantamento foi feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), a partir de gastos registrados pelo vale-refeição Alelo

Ana Clara Durazzo

Publicado em 03/12/2025 às 10:45

Atualizado em 03/12/2025 às 10:45

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A análise considerou os valores pagos em vale-refeição entre 11h e 15h, ao longo dos últimos três meses / ImageFX

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O preço do almoço no Rio de Janeiro varia drasticamente de acordo com o bairro. Um levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), a partir de gastos registrados pelo vale-refeição Alelo, revelou que a diferença entre os locais mais baratos e mais caros chega a 246,8%.

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Enquanto o Complexo do Alemão registra o almoço mais barato da cidade, com média de R$ 17,55, a Urca aparece no topo do ranking, com refeições que custam em média R$ 60,87. Em um mês com 21 dias úteis, essa diferença representa R$ 909,70 a mais no orçamento de quem trabalha na região mais cara.

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Como o estudo foi feito

A análise considerou os valores pagos em vale-refeição entre 11h e 15h, ao longo dos últimos três meses. A média geral na capital fluminense ficou em R$ 36,66 por refeição — o equivalente a R$ 769,86 mensais apenas com almoços.

O levantamento evidencia que, apesar da média, a experiência do trabalhador carioca muda completamente de acordo com o bairro.

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Bairros mais caros: predominância da Zona Sul

Entre os 15 bairros mais caros para almoçar, 12 estão na Zona Sul, confirmando a alta concentração de restaurantes com preços elevados nessa região da cidade.

Alguns destaques do ranking:

Urca — R$ 60,87 (1º lugar geral)

Guaratiba — R$ 49,07 (Zona Oeste, 4º lugar)

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Gamboa — R$ 44,94 (Centro, 7º lugar)

Vila Isabel — R$ 39,89 (Zona Norte, 15º lugar)

A predominância da Zona Sul não surpreende, mas chama atenção o fato de que Guaratiba, apesar de estar distante dos centros comerciais, aparece como o 4º bairro mais caro da cidade.

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Exceções: Laranjeiras foge do padrão da Zona Sul

Embora a Zona Sul concentre os preços mais elevados, Laranjeiras (R$ 34,29) aparece como a única região da área que fica abaixo da média da cidade. Já a Glória, na transição entre Centro e Zona Sul, tem média de R$ 32,32, reforçando que fatores como comércio local e perfil de público influenciam diretamente no valor das refeições.

Contraste extremo: onde o almoço pesa menos no bolso

O estudo destaca ainda a expressiva diferença entre os extremos do ranking. O Complexo do Alemão, bairro mais barato para almoçar, fica quase R$ 20 abaixo da média da cidade e mais de R$ 43 abaixo da Urca.

Essa discrepância reflete o impacto do custo de vida, da presença de restaurantes populares e da dinâmica econômica de cada região.

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Quanto o carioca gasta para almoçar?

Com a média geral de R$ 36,66, o estudo estima que um trabalhador que almoça todos os dias úteis gasta, em média:

R$ 769,86 por mês,

R$ 9.238 por ano, apenas com refeições fora de casa.

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Em bairros mais caros, esse valor pode ultrapassar facilmente R$ 1.600 mensais, dependendo do tipo de restaurante e da região onde a pessoa trabalha.

Almoço no Rio: uma radiografia econômica da cidade

O levantamento da FIPE ajuda a ilustrar não apenas o custo do almoço no Rio de Janeiro, mas também as desigualdades entre bairros, os hábitos dos trabalhadores e o impacto da localização no orçamento mensal.

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Para especialistas, os dados mostram que o custo de viver — e comer — no Rio é marcado por contrastes profundos entre regiões, reforçando como mobilidade urbana, renda local e oferta de serviços moldam o dia a dia da população.

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