Cotidiano

Alerta: agrotóxicos que oferecem risco à saúde são encontrados na chuva em SP

A pesquisa analisou a fração de agrotóxicos dissolvidos na água da chuva coletada nas cidades de Brotas, Campinas e na capital paulista

Ana Clara Durazzo

Publicado em 01/05/2025 às 13:07

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Nas amostras coletadas, foram detectados 14 agrotóxicos e cinco compostos derivados / Nair Bueno/DL

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Um estudo do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas revelou que a água da chuva em três cidades paulistas está contaminada com agrotóxicos. As informações são da Agência Fapesp.

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A pesquisa analisou a fração de agrotóxicos dissolvidos na água da chuva coletada nas cidades de Brotas. Campinas e na capital entre 2019 e 2021.

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Nas amostras coletadas, foram detectados 14 agrotóxicos e cinco compostos derivados. Desses compostos,o herbicida atrazina foi encontrado em 100% das amostras, e o fungicida carbendazim, proibido no Brasil, foi detectado em 75% das amostras.

As concentrações não passaram dos limites permitidos para a água potável no Brasil. Porém, parte dessas substâncias não têm padrões de segurança estabelecidos.

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Risco

Em Brotas, o herbicida 2,4D foi o composto com maior concentração na água. A substância tem gerado preocupação devido a alta capacidade de transporte pelo ar e os efeitos comprovados na fertilidade humana.

Um estudo feito pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo indicou potencial tóxico mesmo com a aplicação dentro dos parâmetros permitidos.

A pesquisa também mediu efeitos do fipronil, conhecido por ser tóxico para as abelhas e pela meia-vida longa em ambientes aquáticos. Apesar de ter sido banido na União Europeia, a substância ainda é usada no Brasil e nos Estados Unidos.

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No estudo, o fipronil foi detectado em pelo menos 67% das amostras analisadas, sendo considerado de risco para a vida aquática nas três cidades analisadas.

Metodologia

A metodologia empregada foi a 'mesocosmos', que imita ambientes naturais.
Eles consistem em ambientes fechados enterradas no solo e preenchidas com água e sedimentos.

Essas estruturas são deixadas por vários meses em ambientes semi abertos para serem colonizados por flora e fauna locais.

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Depois que o ecossistema é formado, os pesquisadores habitam as estruturas com animais e plantas cuja resistência aos agrotóxicos podem ser analisadas.

Exposição

O Brasil é  o país que mais consome agrotóxicos no mundo, utilizando 70% mais que os Estados Unidos, o segundo colocado.

As lavouras de soja, cana de açúcar, milho e algodão são as que mais recebem esses produtos. 

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Além disso, neste ano, a Anvisa divulgou duas frutas populares que lideram a lista de alimentos com mais agrotóxicos no país.

Os resultados obtidos nos estudos preocupam por vários motivos, como o aumento do consumo de água da chuva pelas populações humanas em decorrência da restrição hídrica cada vez mais frequente.

A ausência de regulamentação para muitos dos agrotóxicos encontrados nas amostras coletadas em Brotas, Campinas e São Paulo indica que o risco desse consumo pode estar subestimado.

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O que os pesquisadores sugerem é justamente que estratégias de monitoramento e tratamento sejam implementadas, com base no conhecimento científico que vai sendo construído.

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