De acordo com os comerciantes, as informações divulgadas pela Operação Carne Fraca não impactou as vendas, mas mudou a postura dos clientes na hora da compra / Rodrigo Montaldi/DL
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Apesar da repercussão da operação Carne Fraca da Polícia Federal (PF), deflagrada há uma semana, não houve queda nas vendas de carne nos açougues da região. Porém, segundo os comerciantes, os clientes estão mais exigentes e questionadores na hora de comprar o produto.
Cleisimar Oliveira Santos é gerente de um açougue em São Vicente há dois anos. De acordo com ele, as últimas notícias não influenciaram o movimento do comércio. “A única coisa que mudou é o tanto de piadas que a gente anda ouvindo”, brinca. O atendente de balcão, Cosme dos Santos, confirma. “Agora as pessoas chegam e pedem 2 kg de carne sem papelão. A gente leva na brincadeira, mas aproveita para explicar que a carne do açougue é fresca, desossada na hora, diferente das congeladas que vendem em mercado”, explica.
A consumidora Albanize Batista mora na Avenida Presidente Wilson, mas se dirige até o açougue no centro da cidade em busca de qualidade. “Eu compro aqui há anos porque confio na procedência dos produtos vendidos”, justifica. Questionada se passou a ficar mais atenta depois das últimas notícias, responde que sim. “Com certeza! Eu já era exigente, agora estou mais ainda”.
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O próximo da fila é Cristian de Almeida, que pede 16 Kg de carne. “Vai ter churrasco no final de semana. Eu acho que esse negócio de carne estragada acontece mais nessas que são congeladas e embaladas a vácuo. Dessa eu não compro”, explica.
Em outro açougue da cidade, a consumidora Lucy Koloski diz que o segredo para não ter problema com o produto é conhecer o fornecedor. “Eu compro sempre no mesmo lugar. Antes comprava em mercado, mas parei de fazer isso há dois anos porque não tem a mesma qualidade”, declara.
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Supermercado
Já em visita a um supermercado, a atendente relata que o movimento caiu. “Antes tinha fila, agora está assim, tranquilo. O mercado colocou alguns produtos em oferta, mas mesmo assim não atraiu os clientes.
As pessoas estão perguntando e analisando mais o que está exposto”, diz Andrea de Almeida.
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A consumidora Marlene Fernandes é mais desconfiada e prefere evitar. No carrinho, apenas frango e peixe. “Daqui a pouco já é a Semana Santa, então vou emendar. Quando a investigação acabar, dependendo do resultado, aí eu penso se volto ou não a comer carne”, declara.