Cotidiano

Academias públicas de Santos estão trancadas com cadeados

Já na orla, para fazer exercício, não é preciso prévia inscrição, apresentação de documentos ou exames médicos

Carlos Ratton

Publicado em 07/11/2016 às 10:30

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“A comunidade poderia estar usufruindo, participando. Esse espaço deveria estar oferecendo saúde e gerando receita a professores de Educação Física”, afirma Denis Jorge / Rodrigo Montaldi/DL

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Academia ao ar livre, mas não livre a todos. Essa frase resume bem a situação das academias públicas, criadas pela Prefeitura de Santos, nas praças da cidade.

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Após denúncia do professor de Educação Física Denis Jorge, morador do bairro da Alemoa, a Reportagem descobriu que os espaços são fechados com correntes e cadeados, quando deveriam permitir acesso a qualquer cidadão, na hora que ele bem entendesse, como ocorre com os equipamentos espalhados na orla da praia.    

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Na Alemoa, a academia ao ar livre localizada na Praça Guilherme Délius, em frente à Policlínica do bairro, foi construída em junho passado e nunca foi aberta.

Ao invés de adolescentes, adultos e idosos fazendo exercício, o que se vê são poças de água e muito lixo no entorno dos equipamentos de ­ginástica.

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“Os aparelhos de musculação estão sem uso até hoje por conta da corrente e do cadeado, que impede o acesso das pessoas. Ficam debaixo de chuva e apodrecendo. A comunidade poderia estar usufruindo, participando. Esse espaço deveria estar oferecendo saúde e gerando receita a professores de Educação Física, que precisam de espaço para dar aulas. Eu gostaria de saber do secretário de Esportes de Santos quando esse espaço será liberado à comunidade”, afirma o professor.

Após a Alemoa, o Diário seguiu para a Praça Nossa Senhora da Aparecida, no bairro da Aparecida, e constatou que ocorre exatamente a mesma situação.

Segundo informações obtidas no local, o equipamento só é liberado no início da manhã e no final da tarde, mesmo assim, para quem for inscrito para a atividade no Ginásio Rebouças.

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Após alguns minutos no lugar, a Reportagem acabou presenciando situações como idosos sentados no entorno quando poderiam estar se exercitando, jovens conformados com a restrição ao espaço e crianças pulando a grade de proteção do equipamento para usar os aparelhos, sem qualquer acompanhamento profissional, quando não é permitida a utilização por menores de 12 anos.

O jovem Otávio Alves, que costuma frequentar a Praça da Aparecida, disse que o equipamento deveria estar aberto o tempo todo e com um profissional de Educação Física supervisionando as atividades nos ­aparelhos.

“Não acho correto fechar o equipamento durante a maior parte do tempo. É um desperdício de espaço e de dinheiro público. Além do desgaste dos aparelhos por conta da falta de uso, o local poderia estar gerando emprego. Além disso, pessoas das mais diversas idades poderiam estar se ­exercitando”.

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Prefeitura

Sobre o problema, a Prefeitura esclarece que aguarda a sociedade de melhoramentos fazer a inscrição dos alunos para a academia da Praça Guilherme Délius. Após, a Secretaria de Esportes iniciará às aulas com professor de Educação Física em horário determinado.

Sobre a questão do horário, revela que existe um decreto municipal que determina a obrigatoriedade da presença de um professor de educação física, credenciado, no local para orientação e segurança dos munícipes, além da prévia inscrição e apresentação dos documentos necessários, além do primordial, que é a apresentação do exame médico.

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A Administração afirma ainda que existe a preocupação com o vandalismo, mas a preocupação maior é a segurança dos munícipes e principalmente das crianças que poderiam adentrar o local, com risco de sofrerem acidentes por uso inadequado dos aparelhos das 10 academias ao ar livre em funcionamento, dentro de uma grade horária específica para cada uma delas, segundo a procura de cada local. Em outros horários, permanecem fechadas por segurança.

A Prefeitura não explicou porque não existe a mesma preocupação e critério na orla.

 

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