14 de Setembro de 2024 • 04:29
Encontramos Bruno na saída de seu trabalho, com uma sacola de compras. O pai dedicado chegaria em casa naquele fim de tarde com camisetas e calças para os filhos Thiago, de 4 anos, e Diego, 2. “Eles crescem muito rápido e perdem logo as roupas”, afirma o editor de web Bruno Caselato de Lima, de 27 anos de idade, que tem a guarda dos dois filhos. Os três moram em uma casa em São Vicente, para onde Bruno se mudou há duas semanas devido ao espaço que oferece para as crianças brincarem.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 3.400 pais possuem a guarda no Brasil. O número de pais que criam os filhos sozinhos triplicou nos últimos vinte anos e o índice de pais que reivindicam a guarda dos filhos subiu de 5% para 25% nos últimos cinco anos. Bruno é um deles.
“Eu administro o horário deles com o meu. A partir do momento que eu fiquei cuidando do Thiago, minha vida é a dele. Nunca deixei meus filhos com ninguém”. O dia desse pai começa às 6h30 quando ele acorda, separa pelo menos duas mudas de roupas e coloca na mochila dos meninos.
Logo chega a avó das crianças, mãe de Bruno, que leva os dois para a creche onde ficam o dia todo. Bruno vai trabalhar. Por volta das 18h30, os três já estão juntos de novo. Cansado do trabalho, Bruno prepara a comida dos filhos, o banho, brinca com eles e depois os coloca para dormir.
Enquanto conversa com a gente, Bruno não desvia a atenção de Thiago e Diego que brincam no quarto. Pergunto se ele não quer ver se está tudo bem com os meninos e ele responde: “eles estão bem. Se ficar quieto demais ou começarem a chorar eu vou lá”, diz, sorrindo, o jovem pai veterano que conhece cada choro, cada comportamento e cada manha de sua prole.
Separado da mãe das crianças, Bruno trouxe Thiago para morar com ele, com 8 meses de idade. Diego está com Bruno desde os 4 meses, quando enfim obteve a guarda dos dois filhos. As crianças passam os finais de semana com a mãe.
“A guarda natural é da mãe. Se não está com a mãe porque a mãe não pode ficar, tem que estar com o pai”, afirma Bruno explicando porque pediu a guarda dos filhos. Quando pergunto se Bruno teve medo diante da responsabilidade de tocar uma casa e criar dois filhos sozinho ele responde: “o meu serviço exige solução. Eu me especializei em resolver problemas, inclusive acabei fazendo isso na minha vida”.
O jovem pai que chama os dois filhos carinhosamente de bebê, conta que sua vida mudou completamente.”Eu não curto mais balada, geralmente não programo nada no fim de semana porque nem sempre eles ficam com a mãe. A minha vida é a deles”.
Pergunto então ao pai solteiro sobre namoro. “Namorar é mais difícil. Para namorar você tem que conhecer alguém, e para isso você precisa estar sendo visto. Só que com uma responsabilidade dessa (Bruno aponta para os filhos), você só vai me ver aqui e no serviço”.
Mas, estar ‘solteiro’ também implica no fato de ele criar os filhos. “Até que ponto uma mulher quer assumir essa situação? Você sabe que não vai ser legal pra ela, né? É muito difícil”. Sobre ser pai e mãe ao mesmo tempo Bruno define: “virei o melhor amigo dos meus filhos”, e encerra a entrevista.
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