Cotidiano

3ª pista da Imigrantes reacende disputa logística e Fórum revela entraves decisivos

Evento em Cubatão reúne especialistas, gestores públicos e entidades técnicas e expõe urgência de soluções para o colapso logístico regional

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 28/11/2025 às 17:13

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Debates ao longo do dia deixaram claro que a 3ª pista da Rodovia dos Imigrantes é vista como uma obra essencial / Divulgação/PMC

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O Fórum Baixada Santista: Engenharia e Desenvolvimento Econômico – A 3ª pista da Imigrantes como vetor de integração e crescimento regional movimentou o Bloco Cultural de Cubatão nesta quinta-feira (27), reunindo dezenas de especialistas, lideranças públicas, representantes do setor produtivo, estudantes e instituições técnicas.

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O evento, promovido pela UALP (União das Associações de Engenharia e Arquitetura do Litoral Paulista) com apoio da Prefeitura de Cubatão, reforçou a centralidade da obra na reorganização logística da Baixada e expôs desafios pouco discutidos sobre os impactos do projeto.

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Obra estratégica, mas com gargalos ignorados

Os debates ao longo do dia deixaram claro que a 3ª pista da Rodovia dos Imigrantes é vista como uma obra essencial para o futuro econômico da região — porém, acompanhada de riscos elevados se não vier integrada a outras intervenções.

A abertura reuniu o prefeito de Cubatão, César Nascimento, a coordenadora da UALP, Elisângela Freitas, a presidente do CREA-SP, Ligia Mackey, além de representantes do Sebrae, da Associação dos Engenheiros de Cubatão e do Ipea.

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Nas falas iniciais, Nascimento destacou que Cubatão deve ser tratada como ponto sensível dentro da expansão logística do Estado:

“Com a expansão do Porto de Santos, o Estado precisa olhar com atenção especial para Cubatão. Todos nós vemos a terceira pista com bons olhos, mas precisamos debater seus impactos.”

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O prefeito alertou que o tráfego regulado diário de 15 mil caminhões nas rodovias Anchieta e Cônego Domênico Rangoni pode subir até 30%, caso a nova pista seja construída:

“Se essas vias não forem ampliadas, teremos ainda mais transtornos para a comunidade cubatense.”

Visão técnica e regional: o recado da engenharia

Para a UALP, o fórum é um marco para que o debate deixe de ser apenas político e passe a ter visão técnica permanente.

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Segundo a engenheira Elisângela Freitas. “Uma obra desse porte exige integração de engenheiros civis, ambientais, de transportes, segurança, urbanismo, logística e mobilidade. Cubatão é o ponto estratégico onde os impactos são mais evidentes.”

Ao longo da programação, 40 especialistas participaram de painéis abordando:

  • Mobilidade urbana
  • Integração porto–cidade
  • Desenvolvimento econômico
  • Sustentabilidade energética
  • Capacitação profissional

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Municípios pedem voz e documento técnico ao Estado

Secretários de sete cidades da Baixada Santista defenderam que os municípios sejam ouvidos pelo Governo de São Paulo antes da definição final do traçado e das obras complementares. Eles solicitaram que a UALP elabore um documento técnico com propostas e medidas mitigadoras a ser enviado ao Estado.

Participaram representantes de Cubatão, Guarujá, Mongaguá, Bertioga, São Vicente, Praia Grande e Itanhaém.

Questionado se a obra é solução ou problema, o secretário de Cubatão, Fabrício Lopes, foi direto: “Não somos contra a 3ª pista. Somos favoráveis, desde que construída em um traçado mais adequado.”

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COPI: a proposta que pode destravar o Porto

Lopes detalhou a alternativa defendida pelo município: o Corredor Porto-Indústria (COPI) — uma via direta entre a 3ª pista e o Porto de Santos, sem passar pela Anchieta ou pela Cônego Domênico Rangoni.

A proposta prevê 13,5 km de extensão, ligação a partir do Sítio dos Areais e descongestionamento histórico das rodovias que atravessam Cubatão.

Para ele, a obra pode impulsionar atividades retroportuárias, atrair indústrias de baixo impacto e fortalecer os aeroportos de Guarujá e Itanhaém.

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Ambiental, logística e energia limpa: Cubatão no centro

No período da tarde, o painel “Cubatão: de símbolo de superação ambiental a referência em energia limpa” trouxe o secretário Cleiton Jordão Santos, a especialista Andrea Der Ridder e a secretária de Meio Ambiente de São Vicente, Flávia Ramacciotti.

Cleiton destacou a participação de Cubatão na COP30 e levantou um ponto crítico. “Precisamos discutir os resíduos que a obra trará para a região. Já superamos problemas do passado — agora precisamos garantir que não se repitam.”

O fórum também contou com a presença de 86 alunos do SENAI de Cubatão, além do secretariado municipal. A UALP realizou o evento com patrocínio máster da Mútua e apoio do sistema CONFEA/CREA-SP, Prefeitura de Cubatão, Sebrae e ABTLP.

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