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Copa do Mundo 2018

Festa estrangeira contrasta com frieza russa a um dia do início da Copa

Quem vive no país diz que a animação não é característica local

Folhapress

Publicado em 14/06/2018 às 04:30

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Moscou está animada pelos turistas, mas ainda com a indiferença dos russos / Divulgação/MoWa Press

Moscou espera pela abertura da Copa do Mundo, nesta quinta-feira (14), animada pelos turistas, mas ainda com a indiferença dos russos. Na véspera de Rússia x Arábia Saudita se viam pelas ruas camisas da Costa Rica, Tunísia, México, Argentina, Egito, Brasil, Peru... Da Rússia? Em lojas, à venda. A reportagem encontrou somente um torcedor vestido com adereços que remetiam à seleção anfitriã, próximo à Praça Vermelha, um dos principais pontos turísticos da capital russa.

Quem vive no país diz que a animação não é característica local, mas havia, ao menos, um russo empolgado com o Mundial, só que por um motivo incomum: Alexander Drogvov só vê aumentar sua coleção de cédulas e moedas.

"Já consegui notas do México, do Egito e moedas do Emirados Árabes Unidos, que nem está na Copa, não é?", perguntou à reportagem. Drogvov aborda as pessoas que entram na loja de telefonia que trabalha, ao lado de uma importante estação de trem. "Que cheguem muitos turistas", pediu.

A um dia da abertura de mais um Mundial de futebol, a capital da Rússia amanheceu fria, com 12 graus Celsius, e enquanto a temperatura esquentava (não passou dos 20 grau, já no verão russo) as pessoas tiravam suas blusas e mostravam as camisas das seleções para quais foram torcer.

Em uma cafeteria, uma moça foi até o banheiro trocar a roupa mais quente pela camisa da Tunísia. Na mesa de trás, um grupo de cinco costa-riquenhos, país que enfrentará o Brasil na primeira fase da Copa do Mundo, se esquentava com um cappuccino e, claro, esperança.

"Do Brasil não ganhamos, mas de Sérvia e Suíça, por que não?", perguntou Antonio Torrales, projetando, talvez, outra campanha surpreendente como em 2014, no Brasil, quando avançaram até as quartas de final.
A empolgação habitual de torcedores latinos, porém, não se vê nos russos, a não ser no nosso amigo colecionador de moedas. Bandeiras em carros como no Brasil? Não há. Torcedores na rua com a camisa na Rússia? Quase nenhum. Parece que, na Rússia, a Copa do Mundo será mesmo do mundo, menos do país sede.

Oitavo país que mais comprou bilhetes para o Mundial, os peruanos prometem ser os mais animados na Copa que voltam a disputar após 36 anos. Nesta quarta, dezenas de peruanos cantavam e dançavam próximo à Praça Vermelha. Um dos que dançavam, Antônio "do Peru", como pediu para ser chamado, entoava a canção com refrão chiclete "nunca me abandones, cariñito" e apostava numa final improvável.
"Brasil e Peru, para vingarmos 1970", disse, se referindo à derrota peruana na Copa do México para o Brasil nas quartas de final.

Os torcedores que tentaram ver mais de perto o estádio Lujniki na véspera da abertura já sentiam os efeitos do isolamento que a Fifa faz das arenas para a Copa do Mundo. Em um raio de 2 km, nesta quinta, somente as pessoas com ingresso ou credenciadas poderão atravessar.

Um dia antes, barreiras que até o início da última semana não existiam já estavam colocadas para bloquear a passagem. Mesmo assim, quem descia na estação de metrô Sportivnaya ou na própria Lujniki, que é de trem, ainda conseguiam tirar boas fotos da arena onde cabem mais de 80 mil torcedores.

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