O túnel promete reduzir o tempo de travessia entre Santos e Guarujá para apenas 1,5 minuto / Divulgação/Governo de SP
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“Até quando eles vão continuar viajando a passeio sob o pretexto de conhecer projetos no exterior para aplicar na Baixada Santista?”. A indagação do leitor da Contraponto deve ser a mesma de centenas de pessoas e refere-se à comitiva liderada à Europa pelo deputado Federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), para trazer experiências à construção do Túnel Santos-Guarujá.
O grupo, composto por membros do poder legislativo, executivo e judiciário dos governos Federal, Estadual e Municipal, além de empresários, pôde conhecer de perto a forma complexa como o túnel Fehmarnbelt está sendo construído.
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As autoridades visitaram os dois lados do canteiro de obras, tanto na Dinamarca quanto na Alemanha, fazendo a travessia de balsa, como a população da região. “Qual deles é engenheiro, peão de obra ou possui conhecimento técnico para analisar a obra?”, completa o leitor indignado, que também questionou o valor gasto na empreitada.
Segundo a Assessoria de Paulo Alexandre, a visita ao canteiro de obras do Túnel Fehmarnbelt, cuja tecnologia deve ser aplicada no projeto da Baixada Santista, e participar de reuniões com membros da empresa responsável pela construção do túnel europeu e da Câmara de Indústria e Comércio da cidade de Lübeck (Alemanha), foi uma oportunidade única.
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“Nós aprendemos sobre a metodologia construtiva que está sendo utilizada, os impactos socioeconômicos da obra, também conseguimos analisar o perfil de empregos e oportunidades que estão sendo gerados aqui”, declarou Barbosa, nada “que não pudesse ser adquirido com um computador e sem sair de casa”, contrapõe o crítico leitor.
Esse ‘modus operandi’ (modo de operar) virou rotina na Baixada em relação ao Porto de Santos e até outras atividades. No entanto, o suposto conhecimento quase sempre não dá muito resultado prático.
Um exemplo é o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) que, quando prefeito de Santos, Paulo Alexandre organizou comitiva, incluindo o então ex-prefeito e deputado Beto Mansur, para visitar o transporte em Valência, na Espanha, para verificar as vantagens e desvantagens antes de implantá-lo na região. Mansur, inclusive, fez mais network (conexões), com farta distribuição de cartões pessoais, do que tudo.
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O resultado? Bem, pelo menos até agora, muita gente conhece: obras que nunca terminam e virão focos de mosquitos da dengue, prejuízos a dezenas de comerciantes e moradores que estão no trajeto, estações sem banheiros contrariando a legislação brasileira e, principalmente, pouca utilidade para quem mais precisa: estudantes e trabalhadores. Viva o turismo!!