Desculpa sempre foi que escadas rolantes não suportam chuvas / Carlos Ratton/DL
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Ano sim, ano não, prefeitos, vereadores e deputados da Baixada Santista, mesmo sem qualquer conhecimento técnico específico sobre o assunto, viajam para o exterior para conhecer projetos ou equipamentos públicos prontos como forma de entendê-los melhor para, num futuro não tão distante, copiarem aqui na região.
Nada que não possam fazer à distância, com um simples toque no teclado de um computador. Mas, como São Tomé, querem ver para crer e passam dias nos EUA ou Europa, nas agora intituladas ‘missões’ que, na maioria das vezes, atendem mais os anseios turísticos do que técnicos.
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Que bom seria se em uma dessas tais ‘missões’ nossos prefeitos e parlamentares olhassem com mais carinho alguns bons exemplos, como o do município de Albufeira, em Portugal, antes de decidirem qualquer coisa. Lá, existe uma escada rolante ao ar livre, sem o menor problema, como em mais lugares no Mundo.
No entanto, como todos sabem, em Santos, trabalhadores (as) têm que se contentar com a já intitulada Passarela da Agonia, equipamento público que fica próximo à Estação Praça da República, que desde sua concepção está longe de atender, com respeito e dignidade, os cerca de 20 mil usuários/dia que fazem a travessia Santos-Vicente de Carvalho (Guarujá) e vice-versa.
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A desculpa sempre foi que escadas rolantes não suportam chuvas. Por isso, crianças e idosos sofrem a cada subida e descida de escadas inseguras, ciclistas carregam as bicicletas nas costas porque as canaletas são impróprias, pessoas com mobilidade reduzida se arriscam em elevadores pequenos e sem ventilação.
A Passarela da Agonia foi viabilizada por meio de uma parceria entre Prefeitura de Santos, a Autoridade Portuária de Santos (APS) e a companhia ferroviária e de logística Rumo. E custou de R$ 20 milhões. A Prefeitura de Guarujá sequer foi consultada, mostrando que região metropolitana só existe no papel.
Em Albufeira, há muitos anos, não precisou de propaganda institucional e prestígio de autoridades municipais, estaduais e federais durante a inauguração do equipamento porque lá escada rolante ao ar livre é uma questão de cidadania e não um favor.
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Ano passado, ao ingressar no elevador do equipamento santista, o ex-prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa disse: “entre um elevador e outro deveria ter uma cobertura para proteger as pessoas do sol e da chuva. Também deveria ter esteiras rolantes e ainda ser mais amplo e equipado”, disse Papa, que é engenheiro por formação. Essa pode ser a lição de casa para a próxima ‘missão’, não é mesmo?