04 de Outubro de 2024 • 14:46
Repórter da Terra
Cientistas ligados ao Instituto do Mar da Universidade Federal de SP revelaram na última terça-feira que a ocorrência de ondas de calor cresceu 84% no Litoral Paulista nos últimos 40 anos. E essa mudança no clima vem aumentando a frequência de eventos extremos. Só nesta década, tempestades violentas provocaram deslizamentos e 45 óbitos no Guarujá. Em fevereiro, São Sebastião contabilizou 66 mortes e mais de quatro mil desabrigados.
Além da perda de vidas, o aquecimento que provoca as tragédias climáticas eleva o custo para recuperação da infraestrutura urbana.
As maiores mudanças nas temperaturas máximas diárias foram verificadas em Iguape, variando de 29,5 °C, no ano 2000, para 40,4 °C, em 2016. Lá também houve grande variação nas mínimas diárias – de 1° C, em 1990, para 17,9 °C, em 2018.
Nos litorais do Espírito Santo e do Rio Grande do Sul o aumento na incidência das ondas de calor foi ainda mais significativo. Nas últimas quatro décadas, os capixabas enfrentaram um crescimento de 188% no número de dias com temperaturas extremas. Já os gaúchos observaram alta de 100% na ocorrência de “veranicos”.
“A mudança de padrões na costa alerta para a vulnerabilidade do Brasil. A emergência climática não é futurologia e, sim, uma realidade que temos de enfrentar, combatendo suas causas com ações concretas de mitigação e políticas públicas de adaptação”, resumiu Ana Toni, secretária nacional de mudança do clima do Ministério do Meio Ambiente.
E o aquecimento também prejudica a saúde de idosos e crianças, já que várias doenças respiratórias estão associadas à variação da temperatura. O calor favorece ainda a proliferação do mosquito causador de dengue, chikungunya e zika, cuja ocorrência, antes, ficava restrita ao verão.
O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP e publicado na revista Scientific Reports.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância aponta que 559 milhões de crianças estão expostas a altas frequências de ondas de calor. Segundo o Unicef, esse número subirá para 1,6 bilhão até 2050.
A Organização Mundial da Saúde estima que 15 mil pessoas morreram na Europa no ano passado devido às temperaturas extremas: espanhóis e alemães foram os mais afetados. O verão europeu de 2022 foi o mais quente já registrado, provocando a pior seca desde a Idade Média.
Sabe aquele seu quintal...
Aos 93 anos, Latif Jiji é dono da menor vinícola do mundo. Judeu nascido no Iraque e radicado nos EUA há 70 anos, o engenheiro produz 90 garrafas de vinho a cada safra. A bebida é fruto de uma única videira, que cresceu no quintal de casa, entre o cimento, na Ilha de Manhattan, em Nova Iorque. A uva niágara é a mesma que é vendida nas feiras do Brasil pelos menores preços do mercado...
...cimentado que não produz...
A planta, que ele comprou por capricho em uma loja do bairro, cresceu discretamente durante seis anos sem dar frutos, até soltar os primeiros cachos em 1983.
...nada? Então...
Desde então, todo ano, filhos, netos, velhos amigos e até jovens da vizinhança se revezam na colheita. O porão virou adega! Inspiradora, a história de amizade, descoberta de vocações e respeito à natureza está disponível em: www.technologyreview.com/2023/02/21/1067478/the-rogue-vintner-of-manhattan/.
Filosofia do campo:
“Eu não tenho paredes, só tenho horizontes”, Mário Quintana (1906/1994), poeta gaúcho.
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Promoção também estará válida em vários restaurantes da rede no litoral de SP
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Estabelecimento ainda oferece diversas opções de lazer