Repórter da Terra
Isso parece não sensibilizar donos de cantinas
Quase um terço das crianças está acima do peso
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Quase um terço das crianças e dos adolescentes brasileiros está com excesso de peso, conforme dados do Sistema Único de Saúde (SUS). E isso preocupa especialistas em nutrição e saúde pública porque uma dieta errada e o consequente sobrepeso estão associados a doenças como diabetes, hipertensão arterial e câncer. Mas, isso parece não sensibilizar donos de cantinas instaladas dentro de escolas particulares.
Segundo o estudo Comercialização nas Escolas Brasileiras (Caeb), o número de produtos ultraprocessados disponíveis nesses estabelecimentos é 50% superior à quantidade de alimentos saudáveis oferecidos pelas cantinas. E esse é um fator decisivo que influencia a escolha dos estudantes pelos produtos industrializados, em detrimento dos alimentos naturais, como as frutas.
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O Caeb foi realizado entre 2022 e 2024 em 2.241 comércios localizados dentro de escolas particulares. A pesquisa contou com a participação de pesquisadores de seis universidades públicas e os resultados foram divulgados nesta semana pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).
Nas escolas públicas, os estudantes estão mais protegidos dos ultraprocessados porque o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) limita a inclusão desses alimentos industrializados na merenda escolar.
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No último dia 3, uma resolução assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que, neste ano, o limite de alimentos processados e ultraprocessados nas refeições escolares será reduzido de 20% para 15%. Em 2026, o limite cairá ainda mais, para 10%. O objetivo é promover uma alimentação mais saudável para os estudantes das escolas públicas.
O estudo Comercialização nas Escolas Brasileiras constatou que o refrigerante é o produto ultraprocessado mais comum nas cantinas das escolas particulares, sendo encontrados em 61,8% desses estabelecimentos.
No ranking de alimentos industrializados oferecidos aos estudantes da rede particular, destaque também para salgados assados com recheios ultraprocessados, como presunto e salsicha, além de bombons, chocolates e salgadinhos de pacote.
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Ainda de acordo com o Caeb, o ambiente alimentar dentro das escolas particulares está repleto de banners dos fornecedores desses produtos industrializados, além de displays e brindes voltados a incentivar o consumo de ultraprocessados.
E, segundo o Idec, essa é uma faixa etária que não tem discernimento e estrutura cognitiva para lidar com a publicidade. Portanto, o Idec recomenda o envolvimento de pais e responsáveis junto a organizações da sociedade civil para melhorar a alimentação no ambiente escolar.
A pesquisa mostrou ainda que 23,47% das cantinas analisadas oferecem combos promocionais. Ou seja, bebidas adoçadas, como refrigerantes e achocolatados, acompanhadas de salgados são oferecidas a valores mais baixos, que acabam atraindo a compra por parte dos estudantes numa espécie de venda casada.
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A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) explicou nesta semana que a alta no preço dos ovos é sazonal devido à aproximação da Quaresma. Nesse período, a demanda tradicionalmente aumenta porque parte dos cristãos substitui as carnes vermelhas pelos ovos.
Além da questão sazonal, a ABPA salientou que os custos de produção cresceram, com alta de 30% no preço do milho e de mais de 100% nas embalagens nos últimos oito meses.
As altas temperaturas também impactam diretamente a produtividade das aves, com redução da oferta de ovos. Mas, os produtores projetam que o preço vai se normalizar após a Quaresma, que começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Páscoa.
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Nesta semana, o limão siciliano foi comercializado, em média, por R$ 4,78/kg no atacado da Ceagesp, a maior central atacadista de alimentos in natura da América do Sul. E os economistas da Ceagesp indicam que, na mesma época do ano passado, a fruta era cotada a R$ 6,09/kg. Portanto, o limão siciliano está 21,5% mais barato que em fevereiro de 2024.
Ameixas rubi e chilena, banana nanica, limões taiti e siciliano, uva niágara, pitaia, abóboras moranga e paulista, batata-doce rosada, berinjela, beterraba, jiló, mandioca, pimentão verde, pepinos caipira e comum, pimenta cambuci, milho verde, manjericão, batata lavada e cebola nacional fecham a semana com preços em queda na Ceagesp.
“...Porque gado a gente marca/Tange, ferra, engorda e mata/Mas com gente é diferente. Se você não concordar/Não posso me desculpar/Não canto pra enganar/Vou pegar minha viola/Vou deixar você de lado/Vou cantar noutro lugar...”, Geraldo Vandré e Theo de Barros (1943/2023), compositores, em “Disparada”.
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