Olhar Filosófico

Extra! Extra! Extraordinário!!

No canto da boca aquele desejo de sorrir

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No canto da boca aquele desejo de sorrir por longo período de tempo. Talvez o tempo quase todo. Aliás, o tempo quase, que pode ser tudo para os bons ditames da lógica.

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E andar pelas ruas como se a urgência das coisas nada importasse frente ao que de fato importa. O simplesmente existir, respirar, interagir com o orgânico e ter junto de si quem de fato é o eu de completude, não por falta, só completude daquilo que significa ser e estar com quem se é parte e todo.

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Difícil, até místico (em sentido verdadeiro de palavra e conceito), perceber a simplicidade daquilo que de fato é mais que um dado, mais que um lance, mais que um clima, mas, o tempo presente do futuro agora, que é o querer viver como se o amanhã já hoje fosse… e sem pressa.

Descobrir nas entranhas do dilúvio de outrora, arca de Noé desgovernada, a semente em solo fértil gerando a terra, da lama, Adão sem pecado, e mais, a Terra, Géia, Gaia, força de toda matéria. Sejamos pois já, entrega, em volumes de água e oxigênio.

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Sem jogo de palavras, sem gasto de afeto, sem exagero na fala, sem desmedida e dedo em riste. Nada! E, ainda assim, nem estóico. Muito mais pirata, livre, gaiato, predicado de nau e vento, de sim, estou, mais, estamos. Estaremos, aliás, fincada a bandeira na terra que é nossa, a dos sonhos e da vida que se escolhe, consciente, voluntariosa, desejante, da água que não para, ainda quando vazante, pequenina de mar à lagoa, corrente, sopro de vida boa. Sol, braços, vidas, corações, algas e peixes. Tudo, tudo, tudo, no canto da boca segue o sorriso, certo, assertivo, ganas de leveza. Acompanhado e transbordante. Feixe de luz, lua branca, silêncio e aquele som da floresta, dentro, interna. Macaco bugio e uirapuru não destoam, ecoam.

Esperar como esperança, cultivar a alegria. Nos dias pesados, nuvens escuras, chuva torrencial, deixar a semente no matagal do peito pular pra fora esse desejo. Contemplar também o fardo, refletir, pois sabedor de que tudo passa. Sabedores, aliás.

Extraordinário! Segredo de sete chaves, galope em camelo, deserto amplo, não seco de matar de secura, mas passagem de uma ponte a uma rua, de um céu às cores nuas, ao arco-íris, quinze tipos de brandura. E aquele riso que revela a alma, cantinho da boca levantado, bocas, aliás, lado a lado. Extraordinário! O além da rotina dentro da rotina, meta medida, meta análise da vida, sempre além, para ali adiante. Sorrindo! Sorridentes, se poderia certo dizer.

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Dia a dia, frente fria, sol escaldante, olhar como quem sabe olhar o céu como uma biblioteca, bibliografias de homens e santos, estantes e mais estantes, instantes que valem tudo. Nenhuma guerra vale a pena, dito claro. Nenhuma guerra vale a vida, dito claro. A paz que não tem preço, traz no tempo agora, a jato, o extraordinário. Nenhuma guerra é extraordinária. Nenhuma. Da paz, quantas fileiras ainda temos? Enfim, que seja, estou nelas, estamos. Aquele riso tranquilo, no cotidiano do trabalho, na sincronia do acaso, do que move e é movido, não revelado, intuído. Nossos corpos jogados, projetados para si como afluentes de rios e risos, aquele do cantinho (já cantado) da boca, das bocas, aliás.

Sem medo, caminhando. Parar para ver os passos, perceber a beleza do caminho, aquela orquídea naquele vaso, o mal humor do nosso vizinho, o pulo do nosso guerreiro, a paciência daquele menino (que já é um cara), um dia de heróis e garotos, de dianas e meninas. Mito, falas, concretude. Só a poesia importa. No espelho da memória, minha metade do rosto contempla a tua, completa a sua boca, novamente, aquele sorrisinho, no canto do lábio, no beijo, abraço, em mais um dia, aquele, esse, extraordinário. Extra! Extra! Somos extraordinários!

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