Olhar Filosófico

“A dois”

Sinto muito! Calma, não é uma desculpa, eu sinto

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Sinto muito! Calma, não é uma desculpa, eu sinto muito mesmo, entendeu? E racionalmente e emocionalmente, quero ser feliz!

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Sei, aliás, imagino, que todos queiramos o mesmo, bons e maus, lindos e feios, alegres ou tristes, amados ou odiados, enfim, imagino…

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Todavia, entretanto, no entanto, eu, de fato e anunciado, quero ser feliz!

Mas quando descobrimos essa felicidade, seu gosto, seu cheiro, seu jeitinho maroto de ser e estar?? A felicidade, definitivamente, é um estado de espírito “a dois” debaixo desse mesmo clarão solar que nos aquece, dessa água do céu que nos lava. “A dois”, sim! Ninguém é feliz sozinho!

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Já dizia a lira de John Donne: “Nenhum homem é uma ilha,/ Inteira em si mesma./ Cada um é um pedaço do continente,/ Uma parte do continente./ Se um torrão de terra for levado pelo mar,/ A Europa fica menor./ Assim como se fosse um promontório./ Assim como se fosse uma mansão sua/ Ou a de um amigo./ A morte de cada homem me diminui,/ Pois estou envolvido na humanidade./ Portanto, não perguntes/ por quem os sinos dobram,/ Eles dobram por ti.”

Há quem diga que a solidão lhe cai bem, ou como é moda por ora, a solitude é libertadora, consoladora… Mas esse “a dois” que me refiro, é um “a dois” em absoluto! Explico!

Pessoa, casa, planta, lugar, Deus, deuses, deusas, nuvens, pássaros, peixes e gatos, tudo é “a dois”!

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Multiplicar, adicionar, querer, desejo, descrever, versar, “a dois”!

Ser feliz é um amor para descansar no colo, para fazer dormir a angústia, para afastar a tempestade, sendo sol e guarda-chuva; e para rir dos absurdos, ou ironizar as pequenas razões insatisfeitas, apontar certo sentido e mudar a rota prevista. Nome, sobrenome, país, cultura, anos e dias. Subverter o GPS. Isso é ser feliz! Felicidade! De fato, ser feliz mesmo!

Queira como quem respira, aceite seu desafio, deseje o que pode ser, seja o que pode vir! E nada tem a ver com pensamento positivo, força de vontade além da conta ou doses de sacrifício. Leveza! Leveza estoica, desejo epicurista.

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Serenidade estoica, Zenão: "Investiguemos de que modo a alma deverá prosseguir sempre de modo igual e no mesmo ritmo. Ou seja, estar em paz consigo mesmo, e que essa alegria não se interrompa, mas permaneça em estado plácido, sem elevar-se, sem abater-se. A isso eu chamo tranquilidade.”

Desejo epicurista: “Os alimentos mais simples proporcionam o mesmo prazer que as iguarias mais requintadas, desde que se remova a dor provocada pela falta: pão e água produzem o prazer mais profundo quando ingeridos por quem deles necessita.”

Felicidade não é moeda de troca, acordo, uma espécie de contrato com aditivo.

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Não! Felicidade é estado de ânimo, anima, ou como diz Chico César, um “estado próprio de poesia”: “Para viver em estado de poesia/ Me entranharia nestes sertões de você/ Para deixar a vida que eu vivia/ De cigania antes de te conhecer/ De enganos livres que eu tinha porque queria/ Por não saber que mais dia menos dia/ Eu todo me encantaria pelo todo do teu ser.”

Sou poeta, uma espécie de alquimista, faço pequenas poções, exerço a versificação como alma do corpo em saída. Saída para os encontros com o amor nosso de cada dia. Esquecer o que deve ser esquecido, apontar para o futuro, a sensação de novas vidas!

Viver “a dois” cada conquista, não tem medida que calcule essa imensidão de alegria. “A dois”, assim, desse jeito, como quem planta um jardim, tamareiras, sombras para os dias quentes, noites de lua cheia. Amar como se deve amar alguém, entrega, força, suportar os dias tristes, viver para cuidar e ser cuidado também!

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Felicidade é esse cuidado, esse amor de troca e aceitação, é alma mudada de casa, fazendo lar numa canção!

Felicidade é como uma veterinária, no ato exato, momento certo, salvando a vida de um cão!

 

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