A sociedade brasileira parece anestesiada. Enquanto o mundo se moderniza, encontra fórmulas eficientes de acelerar o rumo à sustentabilidade, continuamos a fazer as mesmas e velhas coisas que, já se comprovou, não deram certo.
Um exemplo é a educação baseada na memorização de informações transmitidas pelo docente ao aluno. Não se percebeu que os dados estão disponíveis nessas bugigangas eletrônicas e são muito mais atualizados, sedutores e convincentes?
Não é hora de tornar a escola mais agradável, mais lúdica, mais propícia à criatividade, já que estas novas gerações nasceram com chip e são algorítmicas?
É urgente investir em soluções como aquela de que as populares sandálias havaianas se convertem no piso de academia e banquinhos, numa concretude da economia circular. Não é possível estarmos resignados a acumular lixo em aterros sanitários, que ocupam lugares que deveriam ser reservados a bosques, jardins, parques, lagos e florestas.
Convençamos a população de que a melhor amiga da vida se chama árvore. Que a obrigação de cada ser consciente, nesta quadra desafiadora, émultiplicar a área verde em todas as cidades, a começar pela nossa rua. A defender as árvores, tão vandalizadas, tão hostilizadas, tão derrubadas e extintas.
Vamos aprender com a China, que usa os resíduos sólidos para fazer energia e cujos últimos restinhos se tornam tijolos ecológicos. Deixemos a zona de conforto, aceleremos nossa marcha, acertemos o passo com a contemporaneidade, senão logo seremos exemplo de país que chegou ao declínio sem ter passado pelo ápice.
Essa é uma imagem de Claude Lévi-Strauss, não minha. E eu não gostaria de que ele tenha sido profético e tenha acertado na previsão do futuro brasileiro.
É preciso acreditar que esta terra abençoada tenha um destino glorioso, mercê dos atributos com que foi provida pela Providência. Sejamos gratos, mas – principalmente – responsáveis.
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.