Engenharia do Cinema
Continuação possui uma qualidade aquém do original
Universal Pictures/Divulgação
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Ame ou odeie, "Wicked" é uma das obras que mais fazem sucesso no teatro, e sua primeira parte da adaptação para as telonas conseguiu transpor isso em cena, além de levar o público em massa, com uma bilheteria mundial de US$ 758,8 milhões, e render 10 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme.
Era esperado que essa segunda parte, naturalmente, seguisse a mesma pegada do antecessor e ainda homenageia de forma justa o musical "O Mágico de Oz". Entretanto, parece que essa continuação sofreu em sua pós-produção, ao entregar um resultado aquém do esperado.
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A história começa exatamente do ponto onde o primeiro parou, com Elphaba (Cynthia Erivo) tentando provar sua inocência diante dos povos e animais de Oz. Ao mesmo tempo, Glinda (Ariana Grande) se prepara para se casar com Fiyero (Jonathan Bailey).
Mesmo que o diretor Jon M. Chu tenha resolvido não apresentar Dorothy Gale devidamente nesta segunda parte, por conta do fato de o público poder interpretar sua história de outra forma (uma vez que a narrativa gira em torno de Elphaba), a montagem e a edição acabaram sendo prejudicadas.
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A partir do ponto em que há a inserção do arco do clássico de 1939, existem vários cortes abruptos para não mostrar ou até mesmo recriar as cenas, e o arco de Elphaba e Glinda passa a ser apresentado como um conjunto de cenas deletadas nos extras de um DVD.
Era mais plausível existir uma breve recriação dessas cenas, como em "Vingadores: Ultimato", onde, mesmo o público já ciente dos acontecimentos, não deixa de manter a imersão.
Mesmo que Erivo e Grande estejam à vontade no papel, existem algumas escolhas narrativas que se tornam verdadeiras torturas ao espectador, como, por exemplo, usar os primeiros 30 minutos para passar a mesma mensagem ao público: de que a "Elphaba é má".
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Em contrapartida, com exceção do número musical entre elas e Jeff Goldblum (que continua excelente como o mágico), a grande maioria não funciona como deveria, principalmente os envoltos ao arco final, que deveriam emocionar o público e se rendem ao vazio. Isso transforma a experiência em um tédio que intercala os bocejos com os olhares no relógio para ver quanto tempo ainda resta para o seu desfecho.
Em compensação, o visual envolto ao figurino, fotografia, direção de arte e alguns efeitos visuais (já que alguns animais entram na vertente do Vale da Estranheza) continuam funcionando até serem indicados ao Oscar.
"Wicked - Parte 2" poderia facilmente ter exercido uma homenagem digna ao legado de Oz, mas opta por uma escolha que o prejudica em seu resultado final.
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