Engenharia do Cinema

'Truque de Mestre 3' mostra que até a mágica tenta evitar a fadiga

Terceiro capítulo consegue ser o mais fraco

Paris Filmes/Divulgação

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Praticamente deixada de lado pela Lionsgate nos últimos anos, a franquia "Truque de Mestre" ficou sem novidades por um bom tempo. Até que o estúdio deu sinal verde para o terceiro longa, sem muito alarde, e trouxe mais uma vez o grupo de mágicos envolvidos em um roubo gigantesco.

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Novamente contando com a presença de Jesse Eisenberg (Daniel Atlas), Woody Harrelson (Merritt McKinney), Dave Franco (Jack Wilder) e Isla Fisher (Henley Reeves), vemos que o estúdio já sabe qual fórmula deve seguir e que será rentável. Só que, mesmo fazendo grandes bilheterias, o sinal de desgaste já começa a surgir antes mesmo de a franquia enjoar.

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Na trama, após se separar do seu grupo de ilusionistas, Daniel resolve se unir a um trio de ilusionistas golpistas, composto por June (Ariana Greenblatt), Bosco (Dominic Sessa) e Charlie (Justice Smith), para realizar um audacioso roubo de um diamante da poderosa empresária Veronika Vanderberg (Rosamund Pike). Ele só não esperava encontrar seus antigos parceiros no caminho e que essa missão teria desdobramentos mais pessoais.

Se nos dois anteriores a narrativa mesclava "11 Homens e um Segredo" com as apresentações do Mr. M, este aqui não apenas faz isso, como se debruça demais nos fatos mostrados no original.

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O roteiro de Michael Lesslie, Seth Grahame-Smith, Paul Wernick e Rhett Reese (esses dois últimos de ambos "Zumbilândia") não apenas bebe das reviravoltas que já conhecemos, como usa a base do quarteto original para estabelecer o arco do novo trio protagonista.

Estes, em momento algum, conseguem criar uma conexão com o espectador, além de não esbanjarem nenhuma química em cena, uma vez que Greenblatt, Sessa e Smith não estão à vontade nos papéis e parecem estar em cena praticamente se aturando no automático.

Diferente do quarteto original, que, mesmo com os acréscimos de Morgan Freeman (que está bem desperdiçado e tem um arco chulo demais) e Lizzy Caplan (que rouba a cena mais uma vez como Lula), sempre demonstrou um ótimo entrosamento.

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Aliás, o próprio roteiro brinca com o fato de Lizzy ter substituído Isla no segundo longa por conta da sua gravidez (algo que aconteceu fora das telas), e isso consegue ser encaixado na trama de uma forma engraçada, inclusive.

Entretanto, o diretor Ruben Fleischer (de ambos "Zumbilândia") sabe que este tipo de filme deve valorizar os efeitos práticos; por isso ele usa e abusa dos mesmos e eles funcionam. Principalmente no arco da "casa dos mágicos", onde existem diferentes cenários nos quais ele consegue explorar essa brincadeira com truques de câmera e posicionamentos dos próprios atores.

Só que, em momento algum, ele cria uma conexão que faça o espectador se empolgar com o arco final, muito menos ser impactado com o peso que havia sido desenvolvido em cima de Veronika. Inclusive, é perceptível que Pike não estava interessada em desenvolver a sua vilã, devido ao fator teatral inserido nela.

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"Truque de Mestre: O 3º Ato" é mais um desespero genérico da Lionsgate em criar sua nova galinha dos ovos de ouro, enquanto "Jogos Vorazes" e "John Wick" não aparecem em cena.

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