Engenharia do Cinema

‘Tron: Ares’ é visualmente impecável, mas narrativamente vazio

Longa é estrelado por Jared Leto e Greta Lee

Walt Disney Pictures/Divulgação

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Desde o lançamento de "Tron: O Legado", muito se falou sobre a possibilidade de a Disney realizar uma sequência do título de Joseph Kosinski, responsável também por "Top Gun: Maverick" e "F1". Com o surgimento de novas atrações nos parques atreladas à franquia, era inevitável que isso acontecesse.

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Sob a direção de Joachim Rønning, que curiosamente também cuidou de "Piratas do Caribe 5" e "Malévola 2", havia o receio de que o estúdio entregasse uma produção genérica e sem vida.

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Felizmente, isso acontece apenas na estrutura do roteiro, pois estamos diante de uma obra que consegue apresentar interessantes sequências de ação, atreladas a uma trilha sonora impactante. Apenas isso.

A história se passa alguns anos depois dos eventos do segundo título, com Julian Dillinger (Evan Peters) assumindo a empresa do avô e tentando desenvolver ciborgues de alta inteligência, como Ares (Jared Leto). Ao mesmo tempo, a cientista Eve (Greta Lee) consegue solucionar um dos maiores problemas do sistema e trava uma corrida contra o tempo para evitar o pior.

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O roteiro de Jesse Wigutow ("Demolidor Renascido") parece interessado apenas em entregar boas cenas de ação que aproveitem o recurso 3D em telas relativamente grandes. Isso ele consegue fazer com clareza, principalmente quando entrelaçado com as músicas da banda Nine Inch Nails.

Porém, ao se tratar da história em si, dificilmente conseguimos criar algum vínculo com os personagens, e nota-se que o próprio Leto não demonstrava interesse em estar ali.

O que difere de Greta, que está ciente de o material do filme em si não ser tão bom quanto deveria, e mesmo assim procura entregar uma protagonista interessante.

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O mesmo se diz de Jodie Turner-Smith, que consegue se mostrar uma personagem mais interessante que o próprio Ares, muito mais pelo carisma da atriz do que pelo próprio roteiro. Já Evan Peters ("Monstros") parece mais um vilão com estereótipo de garoto mimado, cuja maldade é apenas o mimo dado por sua mãe (Gillian Anderson).

Mesmo que Julian seja o fio condutor da trama, que levanta a questão da inteligência artificial ser má apenas quando comandada por alguém com esses propósitos, a ideia se perde pela falta de contraponto no roteiro. Afinal, a própria Eve quer usá-la para sanar a fome no mundo, algo citado apenas brevemente.

E o retorno de Jeff Bridges? Bom, soa mais como um fanservice para os amantes da franquia, do que algo que relativamente tivesse sentido para ele aparecer aqui, mesmo que fosse breve.

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Se colocado em comparação com os longas antecessores, pode-se dizer que a franquia teve seu ápice alcançado apenas no segundo e este terceiro é apenas um aceno à nova geração de que ela ainda existe e a Disney inaugurou um novo brinquedo recentemente.

"Tron: Ares" consegue se sair bem nas telonas por conta de seu visual e trilha sonora, mas, ao ser conferido em telas menores e sem um recurso tecnológico pesado, acaba se tornando apenas mais uma produção genérica da Disney.

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