Engenharia do Cinema

‘The Last of Us’ começa a dar sinais de fraqueza em seu segundo ano

Série está disponível no catálogo da Max

HBO/Divulgação

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Lançado em 2020, "The Last of Us – Parte II" é um dos maiores games da história, principalmente do PlayStation. Até o começo de 2022, vendeu mais de 10 milhões de unidades. Com uma trama mais forte e reflexiva, era um desafio para o produtor Craig Mazin ("Chernobyl") transformar a adaptação televisiva em um material tão bom quanto o do jogo.

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No entanto, como estamos falando de uma história em que há uma "troca" de protagonistas e uma mensagem densa por trás, era difícil manter a qualidade, e, obviamente, ela decaiu, e muito, a cada um dos sete episódios desta segunda temporada.

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Alguns anos após os eventos da primeira temporada, Joel (Pedro Pascal) é brutalmente assassinado por Abby (Kaitlyn Dever), que busca vingança por ele ter matado seu pai ao resgatar Ellie (Bella Ramsey). Sedenta por vingança, Ellie inicia uma jornada com Dina (Isabela Merced) em um amplo cenário pós-apocalíptico para matar Abby e seus amigos.

Com o criador Neil Druckmann deixando o comando dos episódios e roteiros de lado para focar em seu novo game, Mazin assumiu a tarefa de contar o "lado de Ellie" nesta segunda temporada. Diferente do jogo, o roteiro perde muito tempo com questões banais e birras constantes da protagonista, em vez de desenvolver sua jornada de amadurecimento.

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Se no game Ellie se tornava uma máquina de matar e enfrentava Estaladores e Vagalumes fortemente armados, na série ela se resume a discussões adolescentes com Joel e Dina, além de parar tudo para tocar um violão intacto no meio de um cenário destruído e tenebroso.

Em vez de estabelecer uma conexão emocional de Ellie com o público e representar sutilmente o carinho que ela tinha por Joel por meio da música (como no game), o personagem é transformado em um banana, que passa seus últimos momentos em cena mais como capacho dos coadjuvantes do que como herói.

E isso é drasticamente sentido, pois Pedro Pascal já demonstrou ser um ator muito mais versátil que Bella Ramsey, conseguindo expressar sentimentos com mais profundidade em cena, como no episódio piloto da série.

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Em contrapartida, sentimos naturalmente a sede de vingança de Abby, muito por conta da interpretação de Kaitlyn Dever (que ainda deve ganhar muitos prêmios por este papel). Desde sua sequência no prólogo até o embate com Joel, percebemos que ela está esgotada e, ao mesmo tempo, nervosa com tudo ao seu redor.

Nesse mesmo episódio, a direção de Mark Mylod ("Succession") opta por captar a atenção do espectador já nos primeiros minutos, com a icônica cena da horda de Estaladores que não só invade a comuna onde os humanos estão, mas também segue Abby e Joel por boa parte da caminhada.

Os efeitos visuais e a mixagem de som são realmente muito bem executados, e a direção não desvia o foco da ação em si. Fica evidente que todos ali estão em grande risco.

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A segunda temporada de "The Last of Us" termina como um sinal de desespero e no momento certo, pois deixa claro que existem obras que não devem ser alteradas demais ao serem adaptadas.

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