Engenharia do Cinema
Benedict Cumberbatch e Olivia Colman estrelam
20th Century Studios/Divulgação
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No auge dos anos 80, o trio Michael Douglas, Kathleen Turner e Danny DeVito estava em destaque por conta do sucesso de "A Jóia do Nilo" e "Tudo por Uma Esmeralda". Surfando nessa onda, "A Guerra dos Roses" os colocava em uma trama mais séria, beirando o humor negro.
Sob a direção do próprio DeVito, o longa rendeu mundialmente US$ 160 milhões e custou US$ 20 milhões, ou seja, um sucesso. Com a onda de remakes desnecessários, mais preocupados em "atualizar" alguns enredos, nem este título escapou.
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Baseado no livro de Warren Adler, a história gira em torno do casal Theo (Benedict Cumberbatch) e Ivy (Olivia Colman), que passam a viver em um verdadeiro clima de tensão quando um começa a declinar na carreira e o outro começa a crescer.
Sem entrar em comparações constantes com a obra original, este remake, dirigido por Jay Roach ("Entrando Numa Fria"), parece estar mais preocupado em vender discussões atuais do que promover situações realmente engraçadas que fazem o espectador se interessar pela trajetória do casal.
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Se Ivy consegue se sair bem na carreira por conta de um incentivo inicial de Theo, o roteiro de Tony McNamara ("Pobres Criaturas") opta por enaltecer discursos sobre patriarcado e feminismo, apenas com o propósito de criar uma versão vilanesca de Theo.
Embora Cumberbatch e Colman tenham uma excelente atuação, a dupla não consegue exercer uma química convincente, pois, além de não combinarem, eles possuem um timing cômico bastante diferente.
Para compensar as piadas forçadas e, em grande parte, sem graça, a trama insere um casal vivido pelos comediantes Kate McKinnon e Andy Samberg. E é nessa hora que vemos o quão o roteiro não funciona, pois ele não consegue trabalhar o humor nem com profissionais dessa área.
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Um claro exemplo são as investidas amorosas de McKinnon em Cumberbatch, que se resumem a ela falando frases de efeito e alisando-o em vários momentos do longa. Até mesmo em sequências fora de hora.
"Os Roses - Até que a Morte os Separe" se vende como uma comédia pastelão, mas termina como um drama forçado e que envergonha o legado da obra original.
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