Engenharia do Cinema
Sequência é dirigida por Scott Derrickson
Universal Pictures/Divulgação
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Com o tremendo sucesso de "O Telefone Preto" em 2022, a Blumhouse logo tratou de tirar leite de pedra e anunciou sua continuação. Só que o cineasta Scott Derrickson sabia que as brechas que haviam lá, poderiam ser exploradas.
É neste caminho que "O Telefone Preto 2" começa a sua narrativa, onde ao contrário de "Megan 2.0" opta por não mudar por completo seu enredo, mas entregar algo novo dentro de um universo já estabelecido.
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Depois dos eventos do longa anterior, Gwen (Madeleine McGraw) passa a ter uma série de estranhas visões envolvendo o “Telefone Preto” e um grupo de três jovens misteriosos em um acampamento de inverno. Logo, ela percebe que há ligação com o próprio Sequestrador (Ethan Hawke) e resolve ir até lá com seu irmão Finney (Mason Thames) e Ernesto (Miguel Mora).
Derrickson sabe que, para conquistar a atenção do público, mesmo usufruindo de situações já apresentadas antes no cinema, é preciso ir além.
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Por isso, ele segue explorando a química em torno do medo e das dúvidas na relação entre o Sequestrador e Finney, que foram o destaque do original, assim como as premonições de Gwen.
Só que, ao seguir por caminhos diferentes, o roteiro de Derrickson e C. Robert Cargill toma direções opostas. Se havia uma brecha em torno de perguntas não respondidas, a dupla procura explorá-las, desde um nome até mesmo um mínimo detalhe em alguma sequência.
Por conta disso, pode-se dizer não apenas que o suspense consegue ser tão impactante quanto o original, mas também que entrega diversos momentos de sustos e terror, com muito sangue e violência, que chegam a ser incômodos pelo realismo de algumas situações.
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Um exemplo são os constantes embates dos protagonistas com o Sequestrador durante seus sonhos. No melhor estilo de A Hora do Pesadelo, pode-se dizer que, mesmo bebendo (e muito) do clássico de Wes Craven, o carisma de Ethan Hawke consegue fazer com que o antagonista tenha uma imagem própria — e também sintamos pavor dele.
Ao mesmo tempo, acompanhamos a decadência de Finney e Gwen diante das consequências da conclusão do original e como eles ainda possuem dificuldades e buscam escapatórias diferentes para seguir em frente. Inclusive, as atuações de Thames e McGraw são excelentes.
"O Telefone Preto 2" consegue ser tão divertido quanto o original e mostra que é por esse caminho que uma franquia de horror deve seguir.
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