Engenharia do Cinema
Produção venceu 13 categorias no Emmy
Apple TV+/Divulgação
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Ao vermos o nome de Seth Rogen envolvido em alguma produção, seja no cinema ou nas telinhas, é quase sempre sinônimo de qualidade. Depois dos sucessos em títulos como "Superbad" e "Vizinhos", ele deu alguns vacilos na série "A Festa da Salsicha" e na animação "Tartarugas Ninja: Caos Mutante".
Optando por rumos diferentes na carreira, ao voltar para o desenvolvimento de títulos para as telinhas, ele se envolveu na produção de "The Boys" e foi um dos responsáveis pela criação da série "O Estúdio".
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O resultado foram 13 prêmios do Emmy, inclusive nas categorias de série de comédia, ator, direção e roteiro para o próprio Rogen (que se tornou recordista na premiação).
A trama estabelece uma sátira ácida à indústria do cinema, em que nomes como Martin Scorsese, Ron Howard, Olivia Wilde e Greta Lee interpretam versões satíricas de si mesmos em várias situações que recordam episódios que eles já viveram nos bastidores.
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Dentro desse cenário, Rogen interpreta o diretor do estúdio Continental Studios, Matt Remick, atrapalhado e vivendo situações caóticas para conseguir manter as produções realizadas pelos cineastas dentro dos prazos estabelecidos e, claro, que consigam se tornar um sucesso nas bilheteiras e premiações.
Perceptivelmente, Rogen deve ter vivenciado e ouvido diversas histórias dos bastidores de Hollywood, uma vez que alguns arcos são tão bizarros que, por incrível que pareça, já aconteceram na indústria.
Seja pelo fato de diretores, como no caso aqui de Wilde, que optam por trabalhar com película ou digital, ou que movem um cenário inteiro para trabalhar em plano-sequência.
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E, para transparecer uma imersão maior, sem perder a graça, Rogen e Evan Goldberg resolvem gravar um episódio inteiro com o recurso. O mesmo vale para uma breve sequência em um dos episódios, em que Matt discute sobre como é difícil e "está na moda" filmar com essa técnica, enquanto o próprio arco usufrui dela durante alguns breves minutos.
Outro tópico presente na obra é a sátira envolvendo nomes pesados da indústria cinematográfica, como é o caso de um dos chefões do estúdio, interpretado por Bryan Cranston (que mereceu sua vitória no Emmy), em crises existenciais e à beira de conflitos envolvendo alcoolismo.
São essas as principais piadas que conseguem arrancar risos fáceis até mesmo daqueles que não conhecem muito as histórias dos bastidores do cinema.
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Se Rogen consegue ser engraçado por si só, ele ainda consegue desenvolver o perfil de outros executivos que são interpretados de forma hilária por Kathryn Hahn (Maya Mason), Ike Barinholtz (Sal Saperstein), Catherine O'Hara (Patty Leigh) e Chase Sui Wonders (Quinn Hackett).
Todos eles possuem arcos que funcionam como esquetes, pelos quais não apenas se desenvolvem, mas também representam a rotina agitada que vivem nos estúdios, principalmente por conta do comportamento abusivo de alguns nomes que gostam de se mostrar agradáveis nas câmeras, mas são um terror atrás delas.
"O Estúdio" sabe como se brincar com o caos que é a indústria do cinema, ao mesmo tempo que presta uma carta de amor a ela.
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