Engenharia do Cinema

O eco da solidão de um rockstar em 'Springsteen: Salve-me do Desconhecido'

Filme é estrelado por Jeremy Allen White

20th Century Studios/Divulgação

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Ame ou odeie, é um fato que Bruce Springsteen é um dos maiores músicos da atualidade. Entre os seus mais de 140 milhões de discos vendidos, existe um álbum em específico que, até hoje, é considerado o mais pessoal e continua sendo alvo de diversos debates e críticas.

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Rotulado como “Nebraska” e lançado em setembro de 1982, ele não se trata apenas de canções que remetem aos pensamentos e situações mais pessoais de Springsteen, como “Mansion on the Hill”, que retrata sua conflituosa relação com o pai.

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É exatamente nessa vertente que o longa de Scott Cooper (“Coração Louco”) procura focar,  ao invés de estabelecer uma típica cinebiografia clichê sobre mais um nome da música.

Inspirado no livro de Warren Zanes, vemos Springsteen (Jeremy Allen White) em seu auge profissional, mas com a sensação de que ainda falta algo para completar sua rotina. Ao mesmo tempo em que recorda passagens traumáticas com o pai (Stephen Graham), ele decide começar a conceber seu novo álbum de uma forma que vai na contramão do habitual.

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Cooper faz questão de iniciar sua narrativa com diversos contrapontos, para mostrar o quanto Springsteen estava no auge da carreira, ao mesmo tempo em que vivia uma vida simples.

Se, por um lado, ele era idolatrado pelo público depois de um show por conta do fator rockstar, no outro, ele se encantava com a compra de um carro em uma simples loja de automóveis. Era simplesmente um momento breve dele, expressado apenas pelo seu olhar e reação ao tocar no veículo.

Ao mesmo tempo, pequenos relances de sua relação tumultuada com o pai são apresentados para criar uma atmosfera que mostra como ele estava lutando com outro cenário desconhecido de sua vida: a depressão.

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Nesse contexto, White consegue não apenas transparecer o músico de forma natural, muito porque ele tem facilidade em retratar personagens desse tipo, vide a série “O Urso”, como também usufrui de um interessante detalhe: ele humaniza Springsteen e, talvez, isso o faça aparecer entre os indicados ao Oscar 2025.

Mesmo que a história seja um pouco chapa-branca, ao mostrar apenas a visão de Springsteen diante de algumas de suas decisões polêmicas, como se abster de certas escolhas comerciais e pessoais, vide seu relacionamento com a mãe solteira Faye (Odessa Young).

Essa, inclusive, tem uma das subtramas que poderia ter resultado em uma abordagem menos “em cima do muro”. O mesmo pode-se dizer da relação com seu empresário Jon Landau (Jeremy Strong), que aparece homeopaticamente na trama para ser o seu “balanço” nas ideias mais ousadas em relação à concepção do álbum.

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“Springsteen: Salve-me do Desconhecido” é um interessante recorte da vida do músico, que desperta a curiosidade de conhecer mais sobre sua ampla trajetória.

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