Engenharia do Cinema

'O Brutalista' é o grande renascimento de Adrien Brody

Filme de Brady Corbet foi feito para vencer Oscars

Universal Pictures/Divulgação

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Obs: Este texto foi concebido antes da premiação do Oscar acontecer, na noite do último domingo (2).

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Depois de "Emilia Pérez", "O Brutalista" é o segundo título mais indicado ao Oscar 2025, com nomeações nas categorias de filme, direção, ator (Adrien Brody), atriz coadjuvante (Felicity Jones), ator coadjuvante (Guy Pearce), figurino, design de produção, trilha sonora, fotografia e roteiro original. 

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Este último pode pegar alguns de surpresa, pois trata-se de uma história ficcional sobre um outro lado do cenário pós-segunda guerra. Se o cinema está acostumado a encerrar suas narrativas da temática nas primeiras horas do término deste cenário, a obra de Brady Corbet opta por mostrar os anos posteriores na perspectiva de um judeu.

A história é centrada no arquiteto hungaro László Tóth (Brody), que resolve ter uma nova vida em Nova York depois de sair de um campo de concentração. Distante de sua esposa Erzsébet (Jones), ele passa a criar um vínculo com um poderoso empresário Harrison Lee Van Buren (Guy Pearce), que lhe propõe um trabalho inusitado.

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Embora muitos acreditem que a extensa duração de 3h30 seja um dos principais motivos para não conferir ao longa, Corbet sabe que possui um desafio em sua narrativa, que é prender a atenção do espectador durante essa metragem"anormal". 

Para isso, é inserida a trilha sonora de Daniel Blumberg, que não desenha as situações, mas serve indiretamente como um fio condutor. Remetendo, e muito, ao pianista Wladyslaw Szpilman, a atuação de Brody é sem dúvidas uma das melhores entre as indicadas ao Oscar (e muito provavelmente ele leve o prêmio).

Sua naturalidade, mesclado com umas pitadas de humor na hora certa (como as discussões sobre seu nariz), fazem com que o público já compre seu personagem. Em seus primeiros 15 minutos, é perceptível que ele realmente acabou de sair de um campo de concentração e está literalmente renascendo para o mundo. 

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Outro nome que merecia um reconhecimento melhor, é Felicity Jones, que embora demore para aparecer, rouba a cena e entrega o melhor papel de sua carreira. Coincidentemente, sua personagem remete ao trabalho de seu colega de "A Teoria de Tudo", Eddie Redmayne. 

Mesmo que a inteligência artificial tenha auxiliado na pronúncia do húngaro de ambos, este detalhe é passado despercebido de tamanha naturalidade que eles transmitem. 

Em contrapartida, Pierce se demonstra como uma espécie de antagonista, pelo qual não conseguimos discernir se ele poderá ou não, prejudicar László. O roteiro sempre o coloca com esta atmosfera, que casa perfeitamente com a dinâmica da trama.

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Todavia, se tratando de uma obra feita para ganhar Oscars, a ambientação é realmente muito bem realizada, onde parece que estamos mesmo vivendo na década de 50. Embora grande parte do cenário seja as próprias obras de László ou a mansão de Harrison .

"O Brutalista" termina como uma história que explora uma visão diferente, de um cenário explorado exaustivamente nos cinemas.

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