'Novocaine' explora, de forma divertida, uma premissa diferente

Ver o nome de Jack Quaid ("The Boys") como um dos protagonistas de alguma produção é um sinônimo de qualidade. Isso já foi comprovado com "Pânico", "Acompanhante Perfeita" e agora com "Novocaine - À Prova de Dor". 

Dirigido pela dupla Dan Berk e Robert Olsen, o projeto brinca com o estilo de filmes de super-heróis e de ação dos anos 1990, com uma premissa fora do habitual.

A história gira em torno de Nate (Quaid), que nasceu com uma doença que não o faz sentir dor, independentemente da gravidade. Com uma rotina pacata como subgerente de um banco, ele começa a ver um novo sentido em tudo ao conhecer a atendente Sherry (Amber Midthunder). Entretanto, durante um assalto, ela é sequestrada e ele resolve tentar salvá-la com as suas habilidades. 

Berk e Olsen optam por um trabalho de direção discreto em um primeiro momento, que reflete o estilo pacato da vida de Nate. Após presenciar o roubo, a direção toma outros rumos e eles resolvem explorar o impacto no corpo dele, diante dos incidentes que ele sofre. 

Mesclando comédia com horror, não sabemos se damos risadas ou contorcemos nas cadeiras, tamanho impacto que alguns ferimentos causam em Nate. Seja uma unha arrancada, sua mão entrando em óleo quente ou até mesmo uma fratura exposta. Ele não sente a dor, mas nós a sentimos.

Os enquadramentos, o foley (barulho que é feito para simular alguma ação) e a própria atuação de Quaid (que se assemelha ao veterano Leslie Nielsen) funcionam e divertem na medida certa. A violência inserida neste contexto, remete e muito, a um estilo cartunesco e serve como uma cereja no bolo.

Em contrapartida, o vilão interpretado por Ray Nicholson ("Sorria 2"), é genérico, mas ele consegue ter o olhar de cinismo e psicopatia ideal para este papel.

Já Amber Midthunder ("Predador: A Caçada") é mais uma vez salva pelo roteiro, e assim como sua Haru com o machadinho, ela consegue fazer outras proezas mais por conveniências do roteiro do que mérito da própria.
 
"Novocaine - À Prova de Dor" sabe brincar com a sua premissa, ao mesmo tempo que é mais um ponto positivo na filmografia de Jack Quaid