Engenharia do Cinema
Produção faz questão de respeitar as HQs, porém...
Marvel Studios/Divulgação
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Com a compra da Fox pela Disney, muitos aguardavam ansiosamente pela adaptação de "Quarteto Fantástico" pela Marvel Studios. Após diversos atores não terem aceitado participar do projeto, entre eles Adam Driver e Jake Gyllenhaal, o estúdio escalou Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Ebon Moss-Bachrach e Joseph Quinn para os papéis protagonistas.
Mesmo com diversas refilmagens nos últimos meses e com o roteiro sendo reescrito constantemente (fruto da nova gestão da Disney), pode-se dizer que, assim como o recente "Superman", notou-se um respeito pela obra original, e finalmente o grupo ganhou uma produção digna de suas histórias.
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A história se passa na Terra-828, durante os anos 1960. Considerados celebridades, o Quarteto Fantástico, composto por Reed (Pascal), Sue (Kirby), Ben (Moss-Bachrach) e Johnny (Quinn), se depara com uma nova ameaça que pretende destruir o planeta Terra, caso eles não atendam ao seu pedido.
Perceptivelmente, o diretor Matt Shakman (da série "WandaVision") sabe que o público já conhece bem a origem dos personagens e, assim como James Gunn, poupa o espectador de acompanhar mais uma vez esse cenário. Mesclado a isso, são vistos alguns vilões clássicos e como eles foram ganhando notoriedade, tudo isso em um formato de noticiário dos anos 60, durante menos de dois minutos iniciais.
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Nesse estilo, temos a sensação de irmos à banca e pegarmos alguma HQ do "Quarteto Fantástico", de forma aleatória, com um universo já estabelecido e arcos prestes a acontecer. Logo, começamos lentamente a criar um vínculo com os personagens.
Mesmo que o texto ainda cometa alguns descuidos em relação à retratação de Reed, que é considerado uma das mentes mais inteligentes da Marvel, aqui ele comete erros amadores em suas decisões. Suas escolhas são quase sempre "consertadas" por Sue, que não só tem um destaque homeopático, como revela a verdadeira alma da produção.
O mesmo pode-se dizer da inserção do Surfista Prateado, vivido de forma excelente por Julia Garner ("Ozark"), cuja trama foi um pouco alterada em relação às histórias em quadrinhos. Só que, por conta da qualidade da trama e da interação entre os protagonistas ter sido bem conduzida, isso não afeta em nada o ritmo da narrativa.
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Exatamente: é um título sobre família, e como preservá-la sempre faz parte de uma dinâmica não apenas de bom senso, mas também conservadora.
Ao contrário do que foi visto no longa de 2007, agora Galactus não é apenas uma nuvem, e sim um ser gigante e com uma presença impactante. Muito por conta da excelente atuação de Ralph Ineson ("A Primeira Profecia") e do fator CGI tê-lo deixado digno de seu visual original.
Embora o recurso ainda apresente algumas falhas grotescas em relação ao visual do bebê Franklin, cujas tomadas, perceptivelmente, não necessitavam da tecnologia.
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"Quarteto Fantástico – Primeiros Passos", assim como o título sugere, mostra que a Marvel está realmente dando passos dignos com base no conservadorismo e no respeito às histórias em quadrinhos.
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