Engenharia do Cinema

'Jurassic World: Recomeço' homenageia Spielberg, mas esquece os personagens

Produção começa a apresentar sinais de desgaste

Universal Pictures/Divulgação

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Depois da péssima recepção de "Jurassic World: Domínio", a Universal Pictures resolveu realizar uma espécie de reboot da franquia, mas seguindo com os eventos apresentados até então. Saem Chris Pratt e Bryce Dallas Howard, entram Scarlett Johansson e Jonathan Bailey.

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Mesmo que o roteiro de David Koepp (responsável pelo texto do primeiro filme) se debruce nos clichês tradicionais da marca, em que temos uma situação em que os humanos insistem em "provocar" os dinossauros e isso resulta em uma matança, ele ainda sabe que o foco está nas cenas de ação e suspense.

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Neste cenário, entra o diretor Gareth Edwards ("Rogue One: Uma História Star Wars"), que é conhecido por entregar uma das melhores sequências de Darth Vader e sabe o que os fãs querem. E ele não só faz isso, como homenageia o legado de Steven Spielberg.

A história acontece alguns anos depois dos eventos do sexto filme. A mercenária Zora Bennett (Johansson) é contratada pelo bilionário Martin Krebs (Rupert Friend) para ir até uma ilha remota, onde estão a maioria dos últimos dinossauros do planeta. No local, eles pretendem coletar uma amostra do sangue deles para fabricar medicamentos de extrema importância.

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Em paralelo, acompanhamos Reuben Delgado (Manuel Garcia-Rulfo), que está navegando em pleno mar com suas duas filhas (Luna Blaise e Audrina Miranda) e o namorado de uma delas (David Iacono). Porém, eles acabam naufragando e indo parar na mesma expedição de Zora.

Ao invés de explorar as diversas possibilidades que poderiam ser desenvolvidas nas grandes metrópoles com a presença dos dinossauros, mais uma vez a franquia opta por sua zona de conforto e leva os personagens novamente para um lugar isolado, com "vestígios" das espécies.

Por mais que já saibamos o que tende a acontecer no filme logo nos seus primeiros dois minutos, Edwards sabe que terá de focar no aspecto técnico para manter a atenção do espectador. Como Johansson tem se familiarizado cada vez mais com cenas de ação (afinal, ela é a Viúva Negra), boa parte das principais sequências recai sobre Zora.

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Um claro exemplo é o momento em que a personagem vai realizar a primeira coleta de sangue. Por mais que saibamos o desfecho, o diretor consegue prender e transpor a aflição sobre se ela vai ou não conseguir acertar o alvo. Ao mesmo tempo, ela consegue ter uma química divertida com Jonathan Bailey (intérprete do Dr. Henry Loomis).

O mesmo pode-se dizer da família Delgado, que passa por situações tensas envolvendo diversas espécies de dinossauros e, por conta do perfil de alguns deles, o desfecho se torna uma incógnita.

Diante dessas situações, é possível perceber não apenas homenagens à primeira trilogia de "Jurassic Park" e ao clássico "Tubarão" (que completa 50 anos em 2025), e isso torna a produção mais divertida.

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Porém, Koepp vacila ao não saber desenvolver nenhum personagem, e, em momento algum, nos importamos com eles como aconteceu nas duas trilogias iniciais. Seja Zora, Henry ou Duncan Kincaid (Mahershala Ali), não existe um vínculo entre eles e o espectador, embora a ideia seja que esse seja o novo trio protagonista.

"Jurassic World: Recomeço" é como o próprio título sugere, mas, mesmo com o suspense e a ação ainda funcionando, o sinal de desgaste está começando a apitar.

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