Engenharia do Cinema
Hassum está virando praticamente o Adam Sandler BR
Netflix/Divulgação
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Leandro Hassum está virando praticamente o Adam Sandler brasileiro, uma vez que sua parceria com a Netflix vem rendendo diversos títulos cômicos nos últimos anos. Assim como o estadunidense, quando ele acerta, o riso é certeiro, mas, quando ele erra, a vergonha é alheia.
Como é o caso deste "Família, pero no mucho", que nada mais é do que uma produção que procura mostrar um grupo de pessoas em uma viagem super divertida, envolvendo-se em confusões e situações vazias.
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Hassum interpreta, na trama, Otávio, que é surpreendido com o noivado de sua filha (Júlia Svacinna) e, logo, eles viajam até Bariloche para conhecer os futuros sogros da jovem. No entanto, obviamente, as coisas não saem como o planejado.
O principal problema do roteiro de Lucas Blanco e Leandro Soares é não saber como deixar Hassum fluir seu humor, que quase sempre funciona na base do improviso. Além de repetirem exaustivamente as piadas tradicionais da confusão dos idiomas, não há espaço para ações mais ácidas e reflexivas, como aconteceu na trilogia "Até Que a Sorte nos Separe".
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A situação só não chega a ser tão caótica porque o diretor Felipe Joffily ("Os Caras de Pau em O Misterioso Roubo do Anel") sabe que todos ali estão se divertindo e, no final do dia, o projeto será entregue para a Netflix e ficará estacionado no catálogo da plataforma poucas semanas depois do lançamento.
Isso sem citar as constantes propagandas que o elenco faz do parque onde acontece boa parte da trama. Por mais que seja previsível, é esperado que pelo menos as piadas tenham graça dentro do possível, mas o resultado é uma vergonha alheia durante seus quase 80 minutos de duração.
"Família, pero no mucho" é mais uma comédia em que o grande vilão é a graça, que parece ter saído antes mesmo de Joffily ter gritado "ação" nas gravações.
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