Engenharia do Cinema
Produção é estrelada por Glen Powell
Paramount Pictures/Divulgação
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Lançado em 1987, "O Sobrevivente" é o típico caso de produção estrelada por Arnold Schwarzenegger cujo sucesso veio quando chegou ao homevideo e contou com exaustivas reprises na televisão. Adaptando a obra de Stephen King, a premissa em si era interessante; entretanto, a execução do diretor Paul Michael Glaser não era das melhores.
Durante os últimos anos, a Paramount Pictures demonstrou o desejo de realizar um remake, com a direção de Edgar Wright ("Em Ritmo de Fuga"). Surfando no crescente sucesso de Glen Powell, ele foi escolhido como substituto do ator austríaco.
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A história se passa em um futuro próximo, onde Ben Richards (Powell), não encontra outra saída para conseguir dinheiro para cuidar de sua filha doente, que não seja entrar no reality-show "O Sobrevivente". Ao se tornar participante, ele terá de enfrentar uma série de assassinos que passam a o perseguir durante 30 dias. Caso sobreviva, levará um prêmio bilionário.
Assim como o clássico de 87, estamos falando de um longa que faz uma crítica direta ao comportamento do ser humano diante de cenários de insanidade, principalmente se ele ainda usufrui dos recursos de inteligência artificial para conseguir alterar alguns fatos e usar como armas para aumentar um conflito entre classes.
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Por mais que o roteiro de Michael Bacall e do próprio Wright jogue esses assuntos à tona, não existe profundidade nos assuntos. Logo, o espectador tem de contentar-se com as cenas de ação (que estão muito bem conduzidas e dinâmicas) e deixar as críticas sociais de lado.
Principalmente por se tratar de um road movie, que apresenta diversos deles e depois os descarta com o andamento da narrativa. Alguns chegam a ser divertidos, como o "comunista de apartamento" Elton (Michael Cera) e a patricinha Amelia (Emilia Jones).
Já outros estão interpretando mais uma vez o mesmo personagem, como Josh Brolin (como o responsável pelo reality, Dan Killian) e Katy O'Brian (a participante "baladeira"), onde o primeiro continua sendo o vilão malvado e a segunda vive a mulher maluquinha.
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Só que, por se tratar de uma obra assinada por Edgar Wright, esses quesitos não acabam pesando no resultado final, pois a premissa que ele leva na trama realmente pedia algo bastante alegórico e não tão sério como parece.
Seu estilo satírico e cartunesco, mesclado com a violência gráfica que o longa acaba entregando, casa perfeitamente com o que a premissa pedia. Entretanto, ao contrário do clássico com Schwarzenegger, conseguimos ter uma importância em relação à trajetória de Ben, mesmo com o vazio de alguns personagens.
O remake de "O Sobrevivente" consegue ser mais divertido que o original e corrige o vazio que havia na trama estrelada por Schwarzenegger.
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