Engenharia do Cinema

'Eddington' é o lockdown criativo de Ari Aster

Pedro Pascal e Joaquin Phoenix estrelam o longa

Universal Pictures/Divulgação

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Durante o cenário da COVID-19, era óbvio que Hollywood se aproveitaria da temática para criar diversos filmes e séries, entre os quais "Eddington" foi uma das primeiras a fazer isso. Sob a direção e roteiro de Ari Aster ("Midsommar"), a trama consegue recriar o que era viver sob aquele cenário em um primeiro momento de sua narrativa.

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Ao apresentar dois opostos, interpretados por Joaquin Phoenix e Pedro Pascal, a premissa tinha tudo para entregar uma história reflexiva e profunda, sem muito alarde. Só que, como Aster gosta de chocar o público, ele opta por esse caminho e joga uma oportunidade de ouro no lixo.

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A história se passa no começo da pandemia, em maio de 2020, quando os moradores da pequena cidade de Eddington seguem cumprindo os rigorosos critérios para viver em lockdown. Nesse cenário, o xerife Joe (Phoenix) se revolta com as medidas impostas pelo prefeito Ted Garcia (Pascal) e decide se candidatar ao cargo durante o período pré-eleitoral, dando início a uma disputa que pode ter sérias consequências.

Durante o primeiro ato, Joe é estabelecido como um verdadeiro justiceiro, enquanto acompanhamos todas as polêmicas e hipocrisias do ser humano em diferentes classes durante o período de isolamento.

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Nesse contexto, tínhamos de um lado os políticos e ativistas que berravam para a população ficar em casa e se manter distante; no outro, eles realizavam encontros às escondidas em bares e faziam protestos sociais nas ruas.

Durante o cenário da COVID-19, era óbvio que Hollywood se aproveitaria da temática para criar diversos filmes e séries, entre os quais "Eddington" foi uma das primeiras a fazer isso. Sob a direção e roteiro de Ari Aster ("Midsommar"), a trama consegue recriar o que era viver sob aquele cenário em um primeiro momento de sua narrativa.

Ao apresentar dois opostos, interpretados por Joaquin Phoenix e Pedro Pascal, a premissa tinha tudo para entregar uma história reflexiva e profunda, sem muito alarde. Só que, como Aster gosta de chocar o público, ele opta por esse caminho e joga uma oportunidade de ouro no lixo.

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A história se passa no começo da pandemia, em maio de 2020, quando os moradores da pequena cidade de Eddington seguem cumprindo os rigorosos critérios para viver em lockdown. Nesse cenário, o xerife Joe (Phoenix) se revolta com as medidas impostas pelo prefeito Ted Garcia (Pascal) e decide se candidatar ao cargo durante o período pré-eleitoral, dando início a uma disputa que pode ter sérias consequências.

Durante o primeiro ato, Joe é estabelecido como um verdadeiro justiceiro, enquanto acompanhamos todas as polêmicas e hipocrisias do ser humano em diferentes classes durante o período de isolamento.

Nesse contexto, tínhamos de um lado os políticos e ativistas que berravam para a população ficar em casa e se manter distante; no outro, eles realizavam encontros às escondidas em bares e faziam protestos sociais nas ruas.

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Ao mesmo tempo, vemos protestos acontecendo, em que uma parcela dos envolvidos nas manifestações não sabia o que estava fazendo ali; já outros não apenas resolvem propagar um caos maior, como usam o espaço para tentar conquistar a garota dos seus sonhos, como é o caso de Brian (Cameron Mann), que chega a ter uma cena hilária de jantar com seus pais, na qual demonstra exatamente isso.

Aster ainda faz questão de plantar uma espécie de humor negro nesses atos, pelo qual ele não apenas tenta chocar o público com algumas decisões, mas não chega aos pés do desconforto que foi visto em seus trabalhos anteriores.

Durante boa parte da produção, Joe não apenas enfrenta esse discurso, como também fala algumas coisas que estavam na garganta de uma parcela da população. Só que, em determinado ponto, o roteiro não apenas o coloca como antagonista, mas começa a transformá-lo em um antagonista (como acontece na maioria dos filmes de Aster).

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Mesmo que Phoenix esteja, mais uma vez, excelente e saiba fazer esse tipo de personagem (tanto que ele venceu o Oscar por conta de um deles) e Pascal seja novamente ele mesmo, alguns nomes como Emma Stone e Austin Butler conseguem ir bem, mas o próprio roteiro resolve colocá-los para escanteio.

"Eddington" tinha uma premissa que poderia funcionar perfeitamente, mas acaba jogando tudo no lixo por conta do estilo do próprio diretor.

Aster ainda faz questão de plantar uma espécie de humor negro nesses atos, pelo qual ele não apenas tenta chocar o público com algumas decisões, mas não chega aos pés do desconforto que foi visto em seus trabalhos anteriores.

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Durante boa parte da produção, Joe não apenas enfrenta esse discurso, como também fala algumas coisas que estavam na garganta de uma parcela da população. Só que, em determinado ponto, o roteiro não apenas o coloca como antagonista, mas começa a transformá-lo em um antagonista (como acontece na maioria dos filmes de Aster).

Mesmo que Phoenix esteja, mais uma vez, excelente e saiba fazer esse tipo de personagem (tanto que ele venceu o Oscar por conta de um deles) e Pascal seja novamente ele mesmo, alguns nomes como Emma Stone e Austin Butler conseguem ir bem, mas o próprio roteiro resolve colocá-los para escanteio.

"Eddington" tinha uma premissa que poderia funcionar perfeitamente, mas acaba jogando tudo no lixo por conta do estilo do próprio diretor.

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