Adaptação de 'Como Treinar o Seu Dragão' é uma aula de respeito

Após fazer US$ 1,6 bilhão nas bilheterias mundiais com seus três filmes, a Universal Pictures notou que poderia seguir o mesmo caminho da Disney e transformar uma das suas principais animações em live-action.

No entanto, "Como Treinar o Seu Dragão" optou por convidar Dean DeBlois (que, coincidentemente, também fez "Lilo & Stitch"), um dos diretores e roteiristas do original.

Com uma possível liberdade criativa, mesclando com um respeito aos fãs, o resultado não poderia ter sido outro: uma adaptação totalmente fiel e respeitosa à obra original. Não é à toa que a segunda produção já foi confirmada pelo estúdio e vai adaptar justamente o arco da animação de 2014.

A história se passa na ilha de Berk, e gira em torno do jovem viking Soluço (Mason Thames), que quer mostrar para o seu pai, Stoick (Gerard Butler, que reprisa o papel da animação), que pode ser um caçador de dragões. No entanto, após capturar um deles, uma amizade nasce entre ambos. Só que uma possível grande ameaça pode colocar os humanos e dragões em xeque.

DeBlois sabe que, para conseguir transformar uma animação em live-action, primeiro precisa trazer novamente a essência da mensagem da obra de volta. Por isso, ainda há uma jornada para Soluço se estabelecer de um garoto tímido a um "caçador" de dragões.

Aos poucos, conseguimos nos conectar com a trama por conta deste fator, além da humanização dele em relação ao seu pai, sua timidez em relação a Astrid (Nico Parker) e sua amizade com Banguela (que está muito bem feito). Mesmo sendo uma obra de ficção, é fácil o espectador fazer uma conexão com a realidade.

Inclusive, as cenas de ação conseguem não apenas ser bem conduzidas, como a experiência cinematográfica é ampliada por conta da tecnologia 3D funcionar, principalmente na sequência de abertura, onde a ilha de Berk enfrenta vários dragões.

Não seria uma surpresa ver essa produção em algumas categorias técnicas no Oscar 2026, principalmente nas categorias de som e efeitos visuais.

A adaptação em live-action de "Como Treinar o Seu Dragão" mostra que mesmo se tratando de um filme que ninguém realmente pediu, ainda é possível homenagear uma obra com respeito.