Contra-ataque
Mesmo com a vergonha, nada deve mudar no clube
Marcello Zambrana/AGIF
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Na tarde de ontem (17), o Santos viveu um dos piores dias de sua história. E o mais doloroso: tudo aconteceu diante de sua torcida, que lotou o Morumbi e protagonizou uma linda festa antes do início da partida.
Apesar da energia positiva vinda das arquibancadas, o time foi irreconhecível em campo. A tarde, que começou com esperança, virou uma tragédia: derrota por 6 a 0 para o Vasco da Gama. Muitos dos mais de 54 mil torcedores presentes deixaram o estádio antes dos 30 minutos do segundo tempo.
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O Santos até iniciou o jogo com boas chances e certo domínio, mas isso durou menos de 15 minutos. Aos 18, após um lance polêmico, Lucas Piton abriu o placar para o Vasco. A partir daí, o time carioca tomou conta da partida e não deu mais espaço ao adversário.
O Vasco teve oportunidades de ampliar ainda no primeiro tempo, mas foi para o intervalo vencendo por 1 a 0. A expectativa era de mudanças no Santos para o segundo tempo, mas Cléber Xavier optou por manter os mesmos jogadores, decisão que se mostraria desastrosa.
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Logo no início da etapa final, o Santos teve uma chance clara com Guilherme, que desperdiçou, e ainda acertou uma bola na trave. No entanto, esses foram os únicos lampejos do time no segundo tempo.
Entre os minutos 7 e 23, em apenas 16 minutos, o Vasco marcou mais cinco gols, construindo uma das maiores goleadas da história do Campeonato Brasileiro.
Foi, de fato, a pior goleada sofrida pelo Santos como mandante na história da competição. Uma humilhação que gerou uma onda de protestos ainda durante o jogo.
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Aos 25 minutos do segundo tempo, torcedores já começavam a deixar o estádio. Muitos dos que permaneceram viraram de costas para o campo em sinal de revolta, enquanto outros entoavam cânticos contra a diretoria e os jogadores.
O Santos, que vive um momento delicado em sua história, foi novamente humilhado. E o mais preocupante: nada muda dentro do clube. O presidente Marcelo Teixeira sequer apareceu para dar entrevistas após o jogo, atitude que falaremos mais adiante.
Ainda sobre o elenco e a comissão técnica, Neymar deixou o campo chorando, sendo consolado por Fernando Diniz, que o abraçou em campo por alguns instantes.
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Cléber Xavier foi demitido rapidamente após a partida, mas sua comissão técnica permanece no clube. Isso levanta uma pergunta: só o treinador era o problema? Ou o plano é esperar a chegada de Tite? Vale lembrar que Cléber fazia parte da comissão técnica do próprio Tite.
A verdade é que tudo no Santos parece sem explicação. Mas uma coisa é certa após essa derrota: o clube está sem técnico e com um elenco limitado, que precisa urgentemente de reforços, especialmente no setor defensivo.
Neymar, que vinha de uma sequência de sete partidas seguidas, algo que não ocorria há anos, teve uma atuação apagada e viveu o maior vexame de sua carreira. O craque precisa refletir e começar a se ajudar mais, inclusive em sua imagem pública.
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Dentro de campo, Neymar reclamou, foi advertido com cartão amarelo e está suspenso da próxima partida contra o Bahia. Para muitos, a impressão é de que foi intencional, já que a suspensão coincide com o aniversário de seu filho mais velho na próxima semana.
Além disso, deu entrevista após o jogo usando vários brincos e acessórios chamativos. A pergunta que fica é: pra quê, Neymar? Há momentos em que o ideal é ser discreto, não chamar atenção, especialmente após um vexame como esse. Você não é o centro do mundo, e nem precisa ser.
E quanto a Marcelo Teixeira? O presidente que prometeu tanto durante a campanha e, até agora, pouco fez. Pelo contrário, tem contribuído para manter o clube atolado na mesma lama em que o encontrou.
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Marcelo, sua gestão tem sido desastrosa. Não adianta se escorar na carta do "eu trouxe o Neymar de volta", como se isso fosse solução para todos os problemas.
De fato, a contratação foi ótima, inegavelmente. Mas ela não apaga o restante do caos que você ajudou a aprofundar no clube. E pior: você sequer teve a coragem de aparecer no pós-jogo. Mandou Alexandre Mattos enfrentar os microfones em seu lugar.
Você deveria ter o mínimo de decência e pedir demissão. O que está fazendo com o Santos é prejudicial. Sua gestão, ao invés de reerguer o clube, está afundando-o ainda mais.
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O Santos Futebol Clube é gigante. Nem você, Marcelo Teixeira, nem Neymar são maiores do que essa marca mundialmente conhecida, o clube que revelou e eternizou Pelé, o maior jogador de todos os tempos.
Se não vão ajudar, então, por favor, saiam. Porque, até aqui, vocês têm sido uma vergonha para o clube.
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