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Trecho onde ônibus com estudantes tombou é 'crítico' para acidentes

Segundo o policiamento rodoviário, o trecho entre os km 83 e km 89 é considerado "crítico". O acidente ocorreu no km 84, perto do início da descida da serra

Folhapress

Publicado em 09/06/2016 às 20:38

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Pelo menos outros quatro ônibus tombaram neste ponto desde 2006, deixando 54 feridos e quatro mortos / Corpo de Bombeiros

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O trecho da Rodovia Mogi-Bertioga (SP-98) onde um ônibus tombou na noite desta quinta-feira (8), deixando 18 mortos, tem histórico de acidentes e é considerado pela Polícia Rodoviária de São Paulo o de maior risco da via.

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Segundo o policiamento rodoviário, o trecho entre os km 83 e km 89 é considerado "crítico". O acidente ocorreu no km 84, perto do início da descida da serra.

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Pelo menos outros quatro ônibus tombaram neste ponto desde 2006, deixando 54 feridos e quatro mortos. O último foi neste ano, mas sem vítimas. O mais grave havia ocorrido em 2006, quando 30 pessoas ficaram feridas três morreram.

"É um trecho com curvas fechadas, que pede muita atenção do motorista", disse o capitão Milton Yuki, do 1º Batalhão da Polícia Rodoviária do Estado.

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A polícia registrou 64 acidentes até maio deste ano em toda a rodovia. Seis pessoas morreram e 31 ficaram feridas.

De 2015 para 2014, houve queda de 38% no número de acidentes. Ao todo, foram 231 acidentes no ano passado, contra 373 em 2014. O número de mortes foi de sete no ano passado e oito no ano anterior.

Para o professor de estradas da Faculdade de Engenharia da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) Paulo Sérgio Lanzarotto, a rodovia tem "limitações" de traçado. "A construção foi executada inicialmente pelo poder municipal de Mogi das Cruzes. Talvez por falta de recursos na época, ela não tem um projeto geométrico dos mais modernos", diz ele.

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"Há muitas curvas, que seguem a topografia natural do terreno. Não dá para definir o que causou o acidente, mas isso é um dos fatores que devem ser levados em conta", completa.

A SP-98, cujo nome oficial é rodovia Dom Paulo Rolim Loureiro, foi inaugurada em 1982, ligando o município de Mogi das Cruzes a Bertioga. É uma rodovia de pista simples e somente alguns trechos tem faixa adicional ou acostamento.

Cerca de 40,9 mil veículos transitam por dia pela via. Carros de passeio respondem por 93% do tráfego.

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O limite de velocidade no trecho de serra é de 60 km/h, variando para 40 km/h em curvas acentuadas. Em outros partes, chega a 80 km/h.

O DER (Departamento de Estradas e Rodagens), órgão estadual que administra a rodovia, não realiza operações de comboio quando há casos de neblina. O motorista do ônibus que tombou na noite de quinta-feira teria relatado ao irmão que havia forte neblina na estrada.

De acordo com o órgão, o governo gastou R$ 12,4 milhões em obras na rodovia em 2013. As obras envolveram construção de muretas, implantação de baias de paradas emergenciais, de faixas adicionais, alargamento de pontes e melhorias na sinalização.

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Em 2015, das 6.066 mortes em acidentes de trânsito no Estado de São Paulo, somente 1% (32 registros) foram em ocorrências com ônibus. Quase 60% das mortes envolvem motociclistas e pedestres, segundo o Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo.

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