X

Brasil

Resultado da intervenção deve vir em quatro meses, diz Jungmann

Segundo ele, a previsão foi feita pelo próprio interventor do Rio, general Walter Braga Netto, em conversa recente entre os dois

Folhapress

Publicado em 09/03/2018 às 20:38

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Jungmann também reafirmou que pedirá empréstimo de R$ 20 milhões ao BNDES / Divulgação/Fotos Públicas

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta sexta-feira (9) que a população do Rio deve começar a perceber os efeitos da intervenção federal na segurança do estado em quatro meses. Segundo Jungmann, que assumiu a recém-criada pasta da Segurança, a previsão foi feita pelo próprio interventor do Rio, general Walter Braga Netto, em conversa recente entre os dois.

Jungmann participou nesta sexta de reunião com 13 parlamentares da bancada fluminense que integram o observatório legislativo da intervenção. A reunião, fechada para a imprensa, foi para que o governo apresentasse as ações até agora.

O ministro e parlamentares contaram na saída que os objetivos apresentados são aqueles já conhecidos, como o desejo de reequipar as polícias, fortalecer as corregedorias e reduzir ingerências políticas nos comandos das corporações.

Jungmann também reafirmou que pedirá empréstimo de R$ 20 milhões ao BNDES para fazer um diagnóstico da situação carcerária. Também afirmou que pretende que o STF (Supremo Tribunal Federal) volte a discutir a lei de drogas no país, com vistas a reduzir o encarceramento desnecessário de acusados de crimes.

Atualmente, a posse de pequena quantidade de maconha é descriminalizada, mas a lei não estabelece uma quantidade específica para diferenciar usuários de traficantes -a tipificação fica a critério da autoridade que lavra o flagrante.

Na prática, o que ocorre, afirmou Jungmann, é que muitos usuários, principalmente de zonas pobres, são presos como traficantes. "São jovens que não precisavam estar na cadeia e que estamos perdendo para o crime organizado", disse.

Sobre o prazo de quatro meses para que a população do Rio sinta a melhora com a intervenção federal, Jungmann afirmou que o trabalho ocorre aos poucos, mas continuamente. Segundo ele, a situação que fez o Estado chegar no ponto atual é resultado de décadas.

O prazo foi dado depois que Jungmann foi questionado sobre as ações na Vila Kennedy, zona oeste do Rio. Nesta sexta completaram três dias seguidos de militares no entorno da favela. Isso não impediu, contudo, que criminosos assaltassem uma igreja da região logo depois da saída dos militares na quinta (8) -as tropas chegam sempre no início da manhã e deixam o local no fim da tarde.

Segundo Jungmann, que não tem mais ingerência hierárquica sobre as ações com militares no Rio, a Vila Kennedy é uma espécie de laboratório para ações em outros pontos do estado. A insistência das forças de segurança em voltarem na favela quase diariamente para retirar barreiras colocadas pelo tráfico, repostas sempre que os militares deixam a favela, é um recado de resiliência da tropa para os criminosos.

"Estamos mostrando que somos resilientes e não vamos desistir", disse ele.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Santos

Santos investe em drones de alta performance para o combate a dengue

Mais de 5 mil casos da doença já foram registrados na Baixada Santista neste ano

Cotidiano

Troca de tiros em Praia Grande deixa um ferido

O caso aconteceu na área de mata do bairro Quietude, próximo da Rua Amilca Esteves

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter