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Promotoria irá manter apuração sobre acidente que matou filho de Alckmin

O piloto Thomaz Alckmin participava de um voo de testes na aeronave a partir de um heliponto em Carapicuíba quando ocorreu o acidente

Folhapress

Publicado em 16/04/2017 às 14:01

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MP irá manter investigação para apontar as causas do acidente de helicóptero que matou o filho do governador Geraldo Alckmin / Divulgação

O Ministério Público de São Paulo irá manter investigação para apontar as causas do acidente de helicóptero que matou o filho do governador Geraldo Alckmin e mais quatro pessoas em Carapicuíba, na Grande SP, em abril de 2015.

Relatório conclusivo do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão vinculado à Aeronáutica que apura acidentes aéreos, divulgado no último dia 13, apontou que a queda foi causada por falha em componentes que estavam desconectados. A promotoria de Carapicuíba, porém, discorda dessa conclusão.

De acordo com a promotora Sandra Reimberg, responsável pelo caso, o principal elemento que levou à discordância foi a interpretação de um vídeo feito pela Airbus, fabricante da aeronave, que simulou as condições do voo no momento do acidente. Gravada em francês, a simulação não levou em conta, por exemplo, a pressão hidráulica do motor.

"Eles simularam as manobras com pressão a 30 bar, quando a aeronave registrava 140 bar no momento que perdeu sustentação", disse ela em referência à unidade usada para medir pressão. "Me parece que eles estão chegando a uma conclusão a partir de informações imprecisas do fabricante", completou.

A promotora também discorda da versão do Cenipa que atribuiu a queda ao fato de os controles flexíveis (ball type) e alavancas (bellcranck), fundamentais para o piloto controlar a aeronave em voo, estarem desconectados antes da decolagem. "A aeronave teve o motor ligado e desligado oito vezes naquele dia. Se esses componentes estivessem desconectados, o motor nem poderia ter sido acionado tantas vezes."

A investigação do MP irá solicitar perícia nas pás da aeronave que se quebraram durante o voo. Segundo a promotora, as pás haviam retornado da manutenção feita pela empresa Helibrás, localizada em Itajubá (MG), no dia do acidente.

Além disso, a promotora esclareceu que o relatório do Cenipa não pode ser usado como meio de prova na investigação comandada pelo MP desde outubro de 2016. "Temos um corpo de técnicos próprio que está analisando todos os elementos."

Acidente

O piloto Thomaz Alckmin participava de um voo de testes na aeronave a partir de um heliponto em Carapicuíba quando ocorreu o acidente minutos depois da decolagem.

O helicóptero caiu sobre uma residência dentro de um condomínio localizado em área nobre do município, na estrada da Fazendinha. O filho do governador, morreram no acidente o piloto Carlos Haroldo Isquerdo, 53, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, 42, Erick Martinho, 36, e Leandro Souza, 34.

O relatório da Polícia Civil, concluído no final do ano passado, apontava "negligência e imperícia por parte dos técnicos envolvidos na manutenção" e chegou a indiciar cinco pessoas, por homicídio culposo qualificado, homicídio culposo qualificado em coautoria, falso testemunho e alteração de imagens.

Na ocasião, o Ministério Público também refutou a conclusão da polícia e obteve aval da Justiça para continuar apurando o acidente por conta própria, suspendendo também os indiciamentos. Segundo a Promotoria, o perito da polícia não teria qualificação técnica.

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