19 de Março de 2024 • 07:05
Brasil
Aparelho já havia sido decidido durante contrato firmado no fim de 2020, mas profissionais se indignaram com o modelo, que custa até R$ 3.600,00
iPhone SE foi criticado após decisão firmada pelo MPF / Apple.Com
Procuradores da República não estão nada felizes com a qualidade dos celulares que passaram a ser fornecidos pelo Ministério Público Federal. Os profissionais, que recebem salários superiores a R$ 30 mil mensalmente, afirmam que o iPhone SE cedido pelo poder público, e que custa na faixa de R$ 3.600,00, seria uma 'esmola' e pedem aparelhos mais caros e mais modernos.
As mensagens saíram da rede interna usada por procuradores da República durante as últimas semanas. Para esclarecer, os integrantes do MPF ainda possuem o direito de receber um notebook avaliado em aproximadamente R$ 4.500,00 e um tablet.
O protesto contra o iPhone SE foi feito por eles dois meses após alguns dos integrantes terem recebido a quantia de R$ 102 mil, que se soma após juntar remuneração básica, 13º, férias e verbas indenizatórias ainda durante o mês de janeiro. O modelo de smartphone foi definido após um contrato ter sido firmado entre a Procuradoria Geral da República e a Claro ainda durante o fim de 2020.
São previstas linhas a pelo menos 1.850 funcionários distribuídos entre procuradores e servidores comissionados que usam aparelhos funcionais. Todas as mensagens obtidas pelo jornal Folha de São Paulo eram endereçadas a Darlan Airton Dias, que trabalha como secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação da própria PGR e que é responsável por gerir os contrartos da instituição.
"É isso mesmo, Darlan??!!! Você acha mesmo que depois de mais de três anos com um iphone 7, já ultrapassado, processador lento, bateria ruim, tela pequena, vamos aceitar por mais outros 30 meses um iphone SE?? Acho que ninguém aqui é moleque, Darlan!! Isso é um insulto!! Não quero esmola! Acho que ninguém aqui quer esmola!! Estamos há quase um ano trabalhando de casa, celular, notebook, internet, energia"¦ Que bagunça é essa?? Estão querendo nos humilhar??!! Não aceito humilhação, Darlan. Acho que devemos ser respeitado!!!", escreveu Marco Tulio Lustosa Caminha, que atua no Piauí como procurador da República.
Ele afirma que quase metade do seu trabalho é feito com auxílio de celular. O procurador recebeu abonos pecuniários entre os últimos 14 meses no valor de R$ 29,4 mil. A Procuradoria do Piauí, em nota, afirmou, entretanto, que as aspas do profissional foram 'retiradas de contexto'
"O cerne da discussão deu-se em razão da necessidade de trabalho, sobretudo neste período de home office, por celulares com telas maiores e sistema operacional seguro, como bem já recomendou a Secretaria de Tecnologia da PGR."
Atuando no Rio de Janeiro, a procuradora Ana Paula Ribeiro Rodrigues apoiou a fala do colega do Piauí e também questionou o motivo dos profissionais receberem um iPhone do modelo SE.
""Eu ia perguntar O QUE ACONTECEU COM ESSA INSTITUIÇÃO. Mas, pensando bem, o que aconteceu eu sei: morreu, acabou, resta-nos agir como burocratas e ir levando e, quem pode, vai se virando ou cai fora. A pergunta é: COMO ISSO ACONTECEU?", questionou Rodrigues.
Em nota, o Ministério Público Federal no Rio disse que não comentará "supostas mensagens" enviadas por seus membros em canais internos de comunicação.
Os abonos pecuniários são conversões de um terço das férias, previstas em lei, segundo a nota. O acúmulo de ofícios também é uma previsão legal, que permite a continuidade dos processos, com gratificação correspondente a um terço do subsídio do procurador designado, para cada 30 dias de acumulação, ainda conforme a Procuradoria em São Paulo.
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