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Polícia volta atrás e diz ser falso documento de mulher que acusou Itaú de racismo

A empresária, que tem uma marca de cosméticos, queria sacar R$ 1.500. A identidade que levou teria uma foto dela com cabelo liso, e hoje ela usa as madeixas em sua forma natural, crespa.

Folhapress

Publicado em 01/02/2020 às 19:36

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A empresária Lorenna Vieira acusa o banco de racismo. / Arquivo Pessoal

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A Polícia Civil do Rio disse na noite da última sexta (31) que o RG apresentado na véspera pela empresária Lorenna Vieira numa agência carioca do Itaú é falsa.

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Horas antes, a corporação havia dito que o documento era autêntico e, por isso, Vieira foi liberada após ser encaminhada à 22ª delegacia de polícia, na Penha, mesmo bairro onde mora com seu namorado, o DJ Rennan da Penha.

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Na internet, Vieira questionou qual seria seu interesse em se autosabotar e reproduziu mensagens que viam perseguição no caso.

Na quinta (30), ela foi escoltada por policiais depois de funcionários do banco chamarem a polícia, desconfiados. A empresária, que tem uma marca de cosméticos, queria sacar R$ 1.500. A identidade que levou teria uma foto dela com cabelo liso, e hoje ela usa as madeixas em sua forma natural, crespa.

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Vieira acusou o Itaú de racismo e disse que voltou à delegacia para prestar queixa de injúria racial.

Na tarde desta sexta, a Polícia Civil afirmou que, na delegacia, "foi constatado que o documento era verdadeiro, e ela foi liberada". Mudou a versão à noite. 

De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, policiais da 22ª instauraram um inquérito para apurar a denúncia da empresária sobre crime de racismo que teria ocorrido na agência bancária.

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 A Polícia Civil diz que, nas consultas preliminares, "os dados de nome, filiação, data de nascimento e numeração da identidade apresentada pela jovem batiam com os do sistema".

Novos laudos periciais, do ICCE (instituto de criminalística deles) e IIFP (Instituto de Identificação Félix Pacheco, órgão governamental especializado em identificação através de impressões digitais), apontaram que o RG seria falso. 

A corporação diz ainda que acionou o Detran (departamento que, no Rio, também emite RGs) e constatou que a cédula de identidade "não foi emitida oficialmente pelo órgão e a fotografia existente no documento questionado não corresponde à existente nos bancos de dados oficiais". 

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As investigações, segundo a Polícia Civil, prosseguem, "e a delegacia aguarda o resultado de outras pesquisas e perícias solicitadas e realizará novas oitivas de testemunhas nos próximos dias".

Vieira diz, em nota, que foi liberada da delegacia logo após verificarem que sua identidade, cadastrada no Detran, não era falsa. "Fui orientada inclusive pelos polícias que me acompanharam a rasgar esse documento e emitir um novo com o meu cabelo ao natural para não ter mais esse tipo de problema." 

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Itaú Unibanco afirma que "mantém o posicionamento já divulgado desde que este caso veio a público: a verificação de documentos é obrigatória quando o cliente não tem em mãos o cartão do banco ou não faz uso de biometria para realizar saques". 

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Em suas redes sociais, Vieira questiona o porquê da mudança de posicionamento da polícia. "Como vou me autosabotar? Me roubar? Eu tenho provas de onde vem o pouco do dinheiro que tenho na conta, por que eles não mostram o quanto eu tenho???? Quase nada!!!!"

A conta, segundo o banco, pertence de fato à empresária. Diz a instituição financeira: "O objetivo é garantir a segurança dos próprios clientes, e não tem qualquer relação com questões de raça ou gênero. O banco reforça, ainda, que, a despeito de a Polícia Civil ter declarado que o documento apresentado por Lorenna Vieira é falso, já havia se desculpado com ela pelo incômodo que a abordagem possa ter causado".

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