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No mesmo hospital, João Carlos Martins pensa em mandar cartão para Marisa Letícia

Desde que se envolveu em um escândalo fiscal com o financiamento da campanha de Paulo Maluf à Prefeitura de São Paulo, João Carlos Martins se diz 'apolítico'

Folhapress

Publicado em 29/01/2017 às 00:30

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Do leito do mesmo hospital, o maestro João Carlos Martins acompanha a movimentação em torno da internação da ex-primeira dama Marisa Letícia / Divulgação

Do leito do mesmo hospital, o maestro João Carlos Martins acompanha a movimentação em torno da internação da ex-primeira dama Marisa Letícia.

Logo na entrada do Sírio Libanês, onde ambos estão internados desde a última terça-feira (24) -ele por uma embolia pulmonar e uma trombose e ela por um AVC-, militantes contrários ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva bradam xingamentos e supostos relatos de corrupção do político a fim de serem ouvidos pelo núcleo jornalístico que acampa com câmeras no local.

"Depois vou mandar um cartãozinho desejando melhoras", diz o maestro, que, segundo boletim médico do hospital, tem estado de saúde geral "bom" e em evolução "plenamente satisfatória".

Como se precisasse se justificar, ele se apronta a dizer que acha "que qualquer pessoa hoje, como brasileiro, tem que estar numa torcida enorme" pelo país. "Quando você vê Donald Trump e Marine Le Pen, o planeta tá perigando, o Brasil tem uma chance de ser um país que dá um passo pra frente."

Desde que se envolveu em um escândalo fiscal com o financiamento da campanha de Paulo Maluf à Prefeitura de São Paulo, João Carlos Martins se diz "apolítico". Não que não acompanhe mais o noticiário, mas afirma que nunca mais se envolverá com nenhum político. "É uma coisa que me traumatizou profundamente", diz.

Na conversa com a reportagem, que recebeu nesta sexta (27) na suíte onde está hospedado, o músico também falou de seu sobrinho, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra Martins Filho, cotado como favorito para ocupar o cargo do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, morto na quinta (19).

"Eu fui casado mais de uma vez, ele é do Opus Dei, em nenhum minuto ele fez alguma crítica a mim", diz Martins, que ri ao contar que ouviu o colunista da Folha de S.Paulo José Simão fazer piada com seu parentesco com o ministro no programa de Ricardo Boechat, na "Band News". "Não é que meu sobrinho seja radical comigo, pelo contrário, jamais fez um comentário sobre minha vida particular", diz.

Para Martins, o ministro foi infeliz em um pequeno trecho de um artigo. "Certamente ele é de um caráter anticorrupção, de uma dignidade incrível, mas nós estamos no século 21 e realmente uma pessoa escrever que uma mulher tem que obedecer a um marido... ele iria para um tribunal no qual a presidente é uma mulher", completou.

O maestro diz não se preocupar com o destino da Lava Jato após a morte de Teori, de quem diz ter sido amigo e com quem "tomava um chopinho aos sábados no almoço". "Ele tinha um senso de humor britânico, gostava muito dele."

Ele se diz otimista em relação ao governo do presidente Michel Temer e defende a aprovação das reformas trabalhista, tributária e da previdência. "Talvez esses sejam os dois únicos anos que a gente tenha para consertar o Brasil", diz.

Para ele, políticos corruptos devem ter perdido a coragem de atuar após os desdobramentos da Lava Jato.

"[A operação] mexeu com o Brasil e mostrou que todo mundo perante à lei é igual."

Mesmo ao falar de política, o maestro tece analogias com a música, que, segundo ele, é "a regra do mundo": "Se o governo vai bem, todo mundo fala que funciona como uma orquestra. Se tem uma manifestação na rua, os governantes falam que é uma orquestração contra eles", completa.

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