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Memória: a história do Castelinho da Rua Apa

Imóvel, construído em 1912, ficou famoso após ser palco de uma tragédia familiar

Gazeta de S.Paulo

Publicado em 01/07/2022 às 22:02

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Castelinho da Rua Apa / / Rogério de Santis / Folhapress

Localizado no centro de São Paulo, mais precisamente na Rua Apa, 236, esquina com a Avenida General Olímpio da Silveira, ao lado do Minhocão, o imóvel, popularmente conhecido como Castelinho da Rua Apa foi construído em 1912.

Inspirado em castelos medievais franceses e com vitrais pintados por artistas renomados do início do século passado, o Castelinho pertencia à família César Reis, dona do extinto cinema Broadway,  que ficava na Avenida São João, e de uma dezena de imóveis no bairro do Pacaembu.

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A tragédia
Até os anos de 1930, o Castelinho não passava de uma construção que saltava aos olhos de quem passava pela região. Em maio de 1937, contudo, a história do lugar mudaria para sempre.

A socialite e matriarca da família, Maria Cândida Guimarães, na época com 73 anos, fora encontrada morta ao lado dos filhos, os advogados Álvaro Guimarães Reis, de 45 anos, e Armando Guimarães Reis, de 43 anos.  O patriarca da família, Virgílio César Guimarães Reis, havia falecido dois meses antes.

Pela importância da família, não demorou para que a tragédia ganhasse as páginas dos jornais, mesmo porque a hipótese da polícia era a de que Álvaro teria matado a mãe e o irmão  e depois se suicidado, após uma discussão sobre o que fazer com o dinheiro da família. O primogênito queria fechar o cinema e abrir um ringue de patinação, porém os familiares não concordavam com a ideia. A arma de Álvaro estava na cena do crime.

Ao contrário da polícia, a perícia da época apontou Armando como o autor dos disparos. Isso porque foi encontrado pólvora na mão do caçula.

Tempos depois, uma terceira hipótese sobre o crime despontou, a de que uma quarta pessoa teria cometido os assassinatos, já que as balas encontradas no corpo da mãe eram diferentes das que estavam alojadas nos filhos e tal arma nunca foi encontrada. Além disso, os corpos foram encontrados um ao lado do outro, o que não seria usual em casos que há suicídio. O crime nunca foi solucionado.

Má fama
Após a tragédia, o Castelinho ganhou fama de mal assombrado. O imóvel ficou anos fechado, sendo novamente habitado em 1950, pela família de um funcionário da Receita Federal, que ficou no local até 1982.

Depois, o imóvel serviu de abrigo para moradores de rua e catadores, que diziam ouvir gritos e sussurros na propriedade.

Em 1996, a ONG Clube das Mães do Brasil ganhou a concessão para utilizar o local. A Organização conseguiu que o prédio fosse tombado em 2004 e em 2015 a construção foi restaurada. Hoje, ela abriga a sede da Organização.

 

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