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‘JBS vai virar terra arrasada’, diz Barroso

Escritórios da empresa foram alvo da operação da PF e da CVM para investigar suposto uso de informação privilegiada para ganharem dinheiro com a venda de ações e compra de dólar

Estadão Conteúdo

Publicado em 10/06/2017 às 20:01

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Luís Roberto Barroso afirmou que a ‘JBS vai virar terra arrasada’ / Agência Brasil

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O Estado brasileiro é "rancoroso e vingativo" e "quando quer se vingar de alguém, é fácil", disse o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em palestra no Tribunal de Justiça do Rio. Como exemplo, citou o frigorífico JBS que, para ele, "vai virar terra arrasada", após um dos sócios, Joesley Batista, acusar o presidente Michel Temer de participar de esquema de corrupção em delação ao Ministério Público Federal.

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"Não estou defendendo, mas ninguém tem dúvida de que a JBS vai virar terra arrasada. Já está lá a Polícia Federal, a Receita Federal, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). De repente, todo mundo descobriu a JBS. É um Estado rancoroso e vingativo. Portanto, a gente tem de diminuir esse Estado, já que não pode se livrar dele", disse.

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Escritórios da JBS foram alvo da operação da PF e da CVM, nesta sexta-feira, 9, para investigar suposto uso de informação privilegiada pelas empresas para ganharem dinheiro com a venda de ações e compra de dólar no mercado futuro, dias antes das delações virem à tona. Ao todo, a CVM abriu 13 processos administrativos e dois inquéritos para apurar irregularidades da JBS.

Barroso disse que empresas são forçadas por partidos políticos a colocar dinheiro em campanhas eleitorais e a participar de esquemas de desvio de recursos públicos. Citou a última eleição presidencial, em que os mesmos financiadores favoreceram os candidatos Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB). "Ou (a empresa) foi achacada ou está comprando favores futuros. Qualquer uma das duas possibilidades é péssima. E, na prática, eram achacadas mesmo."

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Ele chamou de "mafioso" o sistema de financiamento eleitoral privado, "em que a empresa podia tomar dinheiro no BNDES, como foi demonstrado, e usar o dinheiro para financiar campanha".

Para Barroso, "após a Lava Jato, as empresas não vão mais querer financiar campanhas. "Primeiro porque essa gente só pensa em dinheiro. Segundo porque os empresários não querem dar dinheiro porque as consequências têm sido problemáticas". A solução, disse ele, passa pela reforma política, que tem apoio do STF. Procurada, a JBS não se pronunciou.

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