Brasil

Exibição sobre golpe de 64 vira desagravo à repressão militar

O filme '1964, o Brasil Entre Armas e Livros' foi exibido na noite de segunda-feira (8)

Estadão Conteúdo

Publicado em 10/04/2019 às 12:05

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

A obra justifica o golpe de 31 de março de 1964 como necessário para "deter o comunismo" / Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo

Continua depois da publicidade

"Ustra Vive! Fleury Vive!" A saudação a dois dos símbolos da repressão e tortura durante a ditadura militar foi seguida de aplausos e risos no plenário Paulo Kobayashi, da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Ali, o que era uma sessão para a exibição do filme 1964, o Brasil Entre Armas e Livros transformou-se em desagravo à memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2.º Exército, e ao delegado Sérgio Paranhos Fleury, do antigo Departamento de Ordem Política e Social da Polícia Civil de São Paulo, o Dops.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O filme exibido na noite de segunda-feira, 8, justifica o golpe de 31 de março de 1964 como necessário para "deter o comunismo" e defende a tese de que, por falha dos militares, o "marxismo cultural" dominou a imprensa, as universidades e a cultura no País, impregnando a Constituição de 1988. Terminada a exibição, foi formada uma mesa de debate com os parlamentares do PSL, o advogado Renor Oliver - colaborador do site bolsonarista Terça Livre -, o ex-marinheiro José Anselmo dos Santos, o cabo Anselmo, e o ex-delegado Paulo Oppido Fleury, filho de Sérgio Paranhos Fleury.

Continua depois da publicidade

Ao Estado, o deputado Douglas Garcia (PSL), proponente da sessão, disse que as homenagens a Ustra e a Fleury não estavam previstas - afirmou que eles foram convidados para dar testemunhos históricos. "As pessoas têm direito à liberdade de expressão", disse.

"Se a esquerda pode enaltecer seus heróis, a direita tem o mesmo direito", completou o deputado Castello Branco, que elogiou o filme e fez um relato sobre seu tio-avô, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que presidiu o País de 1964 a 1967.

Continua depois da publicidade

Em seguida, falou o Cabo Anselmo, mais famoso agente infiltrado da ditadura. "Gostaria que houvesse um choque para tratar com firmeza isso (o domínio da esquerda nas universidades)." Paulo Fleury pegou o microfone e soltou: "Ustra vive! Fleury vive!". Foi aplaudido.

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software