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Escolas estaduais de São Paulo têm 3 casos de bullying a cada dia de aula

No ano passado, houve 564 registros, contra 484 em 2016. Os registros de bullying são feitos por meio do Registro de Ocorrências Escolares

Folhapress

Publicado em 18/04/2018 às 17:50

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O estado não comentou as hipóteses para aumento de casos / Reprodução

Os casos de bullying subiram 17% no último ano nas escolas estaduais de São Paulo, segundo levantamento da Secretaria da Educação, da gestão Márcio França (PSB). No ano passado, houve 564 registros, contra 484 em 2016. Os números apontam que, em 2017, foram quase três casos por dia letivo na rede estadual –por exigência legal, há 200 dias de aula por ano.

Os registros de bullying são feitos por meio do ROE (Registro de Ocorrências Escolares), espécie de boletim de ocorrência escolar. As ocorrências são notificadas quando um aluno que sofre humilhações constantes pede ajuda para a direção.

O estado não comentou as hipóteses para aumento de casos. A Secretaria da Educação diz que a rede conta com a figura do professor-mediador, especialista na solução de conflitos e no trabalho de ações socioeducativas.

Segundo a pasta, até 2017, mais de 52 mil profissionais passaram por formações ligadas ao tema e, numa parceria com a OAB-SP, foi lançada uma cartilha em 2016.

A secretaria afirma manter várias iniciativas para tentar reduzir casos de bullying.

Uma delas é uma peça teatral montada pela Escola Estadual Jornalista David Nasser, no Capão Redondo (zona sul). Ela tem a participação de 25 alunos do ensino médio, coordenados pelo professor de matemática e mediador de conflitos Victor Morais Filho, 46, e pelo ex-aluno e voluntário Washington Wendel, 20.

A peça conta a história de uma estudante que sofre bullying por ter seu cabelo vermelho e vestir roupas diferentes. No final, comete suicídio na frente de colegas.

"Resolvemos colocar esse desfecho trágico para chamar mais a atenção de todos", afirmou Filho, que relata queda de 40% nos casos de bullying na escola em três anos.

Já foram realizadas cerca de 150 encenações, incluindo também outros colégios e igrejas da região. "Eu fazia bullying de violência física com garotos gordos que encontrava na escola. Agora sou voluntário neste trabalho", contou o ex-aluno Wendel.

"Nos inspiramos no caso de um garoto da nossa região que é bissexual e sofria muito bullying. Ele até pensou em se matar, mas felizmente isso não aconteceu. Conheço muito a história dele", afirmou a estudante Giovanna de Oliveira, 17, protagonista da peça.

"Nós temos muita satisfação em montar a peça, até em outros locais fora da escola. Sentimos que tem grande efeito", contou.

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