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Doria se lança ao governo de SP e pressiona Alckmin a desarticular prévias

A expectativa do grupo do prefeito de São Paulo é que o governador demova dois dos três pré-candidatos

Folhapress

Publicado em 12/03/2018 às 19:47

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João Doria lançou-se pré-candidato a governador / Divulgação/Fotos Públicas

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), lançou-se pré-candidato a governador nesta segunda-feira (12) e, ato contínuo, aliados irão a Geraldo Alckmin (PSDB) pressioná-lo para desarticular as prévias.

A expectativa do grupo de Doria é que Alckmin demova dois dos três pré-candidatos de disputar, Floriano Pesaro, que é secretário do governo, e Luiz Felipe d'Avila, que tem boa interlocução com o tucano.

Nos próximos dias, o plano é que o presidente do PSDB paulista, Pedro Tobias, e o presidente da Assembleia, Cauê Macris, procurem o governador com o pleito.

Conselheiros do prefeito paulistano dizem que, ficando apenas o ex-senador José Aníbal nas prévias, crescem as chances de ele desistir ou perder já no primeiro turno, marcado para o dia 18.

Em ato no diretório estadual, nesta segunda, aliados de Doria entregaram um pedido de inscrição do tucano nas prévias. Eles colheram o dobro de assinaturas necessárias para inscrevê-lo -1.704 dos 3.600 delegados estaduais do PSDB, ou 47% do total endossaram a iniciativa.

Com isso, procurou-se contar a narrativa segundo a qual Doria foi aclamado candidato e, atendendo a pedidos, aceitou.

"Aceito essa condição", discursou Doria. "Vamos juntos para a vitória e contribuir para dar ao Brasil o presidente chamado Geraldo Alckmin."

Para tentar obter um gesto simpático de Alckmin, estrategistas do prefeito paulistano argumentam que o governador sairá como derrotado se não atuar. Dizem que o calendário de prévias adotado era favorável a Doria e contrariou interesse do próprio Alckmin.

Portanto, afirmam, se o governador resolver ajudar o prefeito a acabar com as prévias, ele, em vez de derrotado, ficará como credor.

Pela demora de Alckmin para entrar em campo, o entorno de Doria teme que o governador adote a mesma postura na campanha e não apenas não ajude o prefeito como ainda seja simpático ao seu vice-governador, Márcio França (PSB).

Aliados de Doria reconhecem que a relação com a equipe de Alckmin e com o próprio ficou desgastada com as movimentações frustradas do tucano para se viabilizar candidato à Presidência. Teme-se que o prefeito volte a mirar o Planalto se houver brecha.

Para passar confiança, Doria insistirá que o governo paulista é o seu único plano.

'João trabalhador'

Com boa parte dos secretários municipais e assessores no ato no PSDB desde pelo menos as 17h, adversários do tucano ironizaram o fato de a prefeitura ter se esvaziado para lançar o prefeito candidato mais uma vez.

No diretório, militantes vestiram camisetas pedindo Doria governador e cartazes ressuscitaram a marca "João trabalhador" da campanha do tucano à Prefeitura de São Paulo, em 2016.

Líderes tucanos presentes ao ato trataram de elogiar o vice-prefeito Bruno Covas (PSDB), que assumirá o posto, e sublinhar que a decisão de lançar Doria partiu da militância.

Cauê Macris e Bruno Covas entoaram o mote "Aceita, João".

"João Doria é um trabalhador e vai deixar em seu lugar Bruno Covas, que orgulha a todos nós", disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB).

"Candidatura majoritária não é vontade pessoal, é coletiva", disse o deputado federal Ricardo Tripoli. "Você tem hoje o grande desafio de aceitar a vontade da maioria partidária", afirmou a Doria.

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