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Desfile de blocos em São Paulo começou com festa da população da Cracolândia

Segundo os organizadores, que integram o coletivo Sem Ternos, o bloco tem o objetivo de reunir as pessoas “em uma ação que visa a desconstruir estigmas da população em situação de rua e dar visibilidade para a violência de Estado.

Agência Brasil

Publicado em 10/02/2018 às 18:39

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Blocolândia, que desfila desde 2015 na região da Cracolândia com trabalhadores da região, usuários de droga e militantes. / Rovena Rosa/Agência Brasil

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Os paulistanos já começaram a aproveitar o carnaval nesta sexta-feira (9) com os blocos que desfilaram pelo centro da cidade. O Blocolândia, que desfila desde 2015, ocupou as ruas do entorno da Estação Júlio Prestes, região da Cracolândia, no início da tarde.

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“Eu vou te contar porque isso aqui tem uma grande participação na nossa vida: a gente se diverte, a gente esquece um pouco da droga. Você fica com amigos, você se sente uma pessoa acolhida. Isso que faz a grande diferença para um dependente químico, é você se sentir acolhido, não ser julgado, pressionado, sofrer uma opressão”, disse Felipa Drumot, que morou na Cracolândia por três anos, já foi usuária de crack e hoje está há três meses sem usar drogas e morando fora das ruas com o companheiro.

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“A gente se sente bem, alegre, é muito difícil você ver alguém triste, a gente se alegra, se contagia, começa a dançar, todo mundo vai pra lá e vem pra cá, é muito bom. Acho que o próprio governo deveria fazer isso pra gente, não vir atacar bomba e borracha na gente. Mas acho que isso [bloco] é bom para eles verem que aqui não é só droga, é diversão também, é alegria, é amizade, é família, é a diversidade e estamos juntos”, acrescentou.

Por volta de 13h, trabalhadores da região, usuários de drogas e militantes se concentraram na rua Helvétia e percorreram as ruas próximas em uma “resistência brincante”, exatamente na região em que houve disputas políticas e ações violentas por parte do estado durante o ano passado, além da mudança do programa municipal De Braços Abertos para o programa Redenção, o que gerou críticas de especialistas e ativistas.

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Segundo os organizadores, que integram o coletivo Sem Ternos, o bloco tem o objetivo de reunir as pessoas “em uma ação que visa a desconstruir estigmas da população em situação de rua e dar visibilidade para a violência de Estado. Trata-se de incentivar ações de redução de danos, favorecendo a ocupação do espaço público e a participação política”.

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