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Creche municipal fecha e deixa bebê de 7 meses trancado sozinho em SP

O menino foi resgatado pelo próprio pai, o agente de trânsito Wellington Elias dos Santos Júnior, 20, que foi obrigado a escalar o telhado de vizinhos

Folhapress

Publicado em 22/03/2018 às 16:50

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Uma criança de apenas sete meses foi abandonada na terça-feira (20) por funcionários na CEI (Centro de Educação Infantil) Céu Estrelado, em Guaianases, na zona leste da cidade de São Paulo.

A unidade é conveniada da prefeitura, sob gestão João Doria (PSDB). O menino foi resgatado pelo próprio pai, o agente de trânsito Wellington Elias dos Santos Júnior, 20, que foi obrigado a escalar o telhado de vizinhos da creche para entrar no prédio.

A atendente Caroline Figueiredo Costa, 18, afirma que ligou para a creche informando que o marido iria atrasar um pouco para buscar o filho, por causa do temporal que atingiu a capital paulista na tarde de terça-feira.

"Avisei que ele chegaria uns 10 minutos atrasado, porque a chuva atrapalhou todo mundo", afirma Caroline.

Segundo relato da mãe, Wellington chegou na creche por volta das 16h40, cerca de 20 minutos depois do horário em que costuma pegar o menino normalmente. Ele chamou, gritou e ninguém atendeu. Decidiu então ir à casa da sogra perguntar se alguém da família já tinha levado a criança e foi surpreendido ao descobrir que não estava lá.

O pai voltou para a creche e vizinhos perceberam que havia uma criança chorando dentro do prédio. Wellington então subiu pelo telhado de um vizinho, arrancou a tela de uma janela e saiu da creche com o filho no colo.

"A professora disse hoje [quarta-feira] de manhã que foi embora às 17h, mas como se meu marido chegou às 16h40 e não tinha mais ninguém?", questiona a mãe.

Segundo Caroline, a criança tem refluxo e não pode ficar sozinha -sob risco de engasgar. Ela registrou boletim de ocorrência no 44º DP. Segundo a polícia, as testemunhas e os responsáveis estão sendo ouvidos.

"Para uma criança, isso é trauma. Ele não vai conseguir ir para a creche tão cedo", afirma Caroline.

Outro lado

A Diretoria Regional de Educação de Guaianases, ligada à gestão Doria, diz que considera o caso "inadmissível" e que exigiu a demissão da diretora, da coordenadora e da professora responsável, contratadas pela entidade mantenedora da creche.

Segundo a diretoria, a creche funcionou nesta quarta com supervisão direta e nesta quinta já teria novos funcionários. O órgão diz que exige uma série de requisitos que devem ser cumpridos pela conveniada. A direção da creche não foi localizada.

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