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Com desemprego recorde, busca por freelancer cresce 43% em SP

Segundo pesquisa, profissionais de design, tradução e TI estão entre os que mais tiveram aumento de oportunidades durante a pandemia

Gazeta de S. Paulo

Publicado em 30/11/2020 às 09:17

Atualizado em 03/12/2021 às 12:00

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Busca por freelancer cresce 43% em SP / Goodluz

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados na última sexta-feira (27), mostram que, diante da pandemia do novo coronavírus, o Brasil atingiu um novo recorde nos números do desemprego, com 14,1 milhões de brasileiros sem trabalho. Um grupo, contudo, vai na contramão desse cenário, são os freelancers que, somente no estado de São Paulo viram a oferta de trabalho crescer 43%.
 
“Desde o início da pandemia, foram mais de 293 mil novos freelancers registrados na Workana no Brasil, 40% desse montante - ou seja, 117,2 mil profissionais - são do estado de São Paulo. De acordo com nossos cálculos, o crescimento no número de freelancers no Estado é de 43,41%, em comparação ao ano passado”, explica Daniel Schwebel, country manager da Workana no Brasil, plataforma que faz a ponte entre freelancers e contratantes.
 
Segundo Shwebel, há tempos, o freelance deixou de ser visto como um bico, com 57,2% dos trabalhadores entrevistados pela plataforma apontando exercer a modalidade full time. Entre as vantagens apontadas estão a flexibilidade de horários, o gerenciamento da rotina e a possibilidade de escolher quais trabalhos fazer. Estas, aliás, foram algumas das razões que levaram a tradutora e revisora Kátia Cristina Fernandes, de 52 anos, a deixar um emprego em uma multinacional anos atrás e passar a trabalhar por conta própria.
 
“Eu era compradora internacional e ao me tornar mãe de gêmeos, precisei deixar a empresa e comecei a trabalhar como freelancer, por meio de plataformas. Dentre as vantagens, está o fato de que, hoje, eu posso me considerar uma nômade digital, pois posso trabalhar de qualquer lugar, além de estar próxima aos meus filhos. Por outro lado, não é fácil conciliar todos os compromissos. Eu mesma achava que ser freelancer era você decidir quando vai trabalhar ou não. Mas, a realidade é que você não tem mais final de semana, pois dependendo do volume de trabalho, é necessário trabalhar aos sábados, domingos e até de madrugada.”
 
Nem tudo são flores
Para a professora da FGV EAESP Vanessa Cepellos, apesar de muitas pessoas escolherem trabalhar como freelancer, a modalidade reflete também uma deterioração do mercado de trabalho, já que estes profissionais não contam com qualquer garantia. Além disso, durante a pandemia, a modalidade deixou de ser escolha para se tornar alternativa. “A questão do freelancer surgiu como uma opção de renda, sobretudo neste momento bastante caótico”, ressalta.
 
A percepção da professora é confirmada pelo levantamento da Workana, visto que 20,4% dos profissionais que se registraram na plataforma este ano, o fizeram como uma alternativa ao desemprego, percentual 15% maior do que o registrado em 2019.

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