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Colaborador da Funai é assassinado a tiros em área de conflitos por exploração ilegal

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso, mas informou que ainda não há informações suficientes sobre a motivação do crime.

Folhapress

Publicado em 08/09/2019 às 17:33

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O colaborador da Funai Maxciel Pereira dos Santos. / Arquivo Pessoal

O colaborador da Funai Maxciel Pereira dos Santos foi assassinado a tiros na noite desta sexta-feira (6), em Tabatinga (AM), na fronteira com Peru e Colômbia. Ele trabalhava em uma base do órgão indigenista no Vale do Javari, atacada quatro vezes desde o ano passado.

O crime aconteceu por volta das 18h50, segundo a Polícia Militar. Santos pilotava sua moto na avenida da Amizade, a mais movimentada de Tabatinga, quando foi alvejado com dois tiros na nuca. A mulher e a enteada presenciaram o assassinato.

Santos trabalhava havia pelo menos 17 anos na Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari, sempre em ações de vigilância e fiscalização. Apesar de não ser concursado, já havia ocupado diversos cargos e estava sendo indicado para uma nova posição.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso, mas informou que ainda não há informações suficientes sobre a motivação do crime. A Polícia Federal está averiguando se o assassinato está relacionado ao trabalho de Santos na Funai.

O colaborador da Funai atuava principalmente na base Ituí-Itacoaí, que funciona sobre uma balsa e está a cerca de 40 km da cidade de Atalaia do Norte. O objetivo dessa base é impedir a entrada de invasores a uma área identificada como a de maior presença de índios isolados do mundo.

O ataque mais recente foi no dia 19 de julho. Caçadores clandestinos dispararam contra a base, onde havia cerca de 12 servidores da Funai e indígenas -Santos não estava nesse dia no local. Ninguém ficou ferido.

Dias após o ataque, o Exército e uma equipe da Funai apreenderam cerca de 300 tracajás e 40 mil ovos com caçadores ilegais dentro da Terra Indígena Vale do Javari, de 8,5 milhões de hectares e cerca de 5.000 índios de sete etnias diferentes, além de 11 grupos de isolados.

Pessoas próximas a Santos dizem, sob a condição do anonimato, que ele era comprometido com o trabalho no Vale do Javari e suspeitam que a motivação do crime seja a sua atuação contra caçadores e outros invasores.

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