28 de Abril de 2024 • 15:44
A Anistia Internacional no Rio de Janeiro protocolou hoje (14) um documento em que cobra das autoridades respostas sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista, Anderson Gomes / Reprodução/Facebook
A Anistia Internacional no Rio de Janeiro protocolou hoje (14) um documento em que cobra das autoridades respostas sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista, Anderson Gomes. O caso completa hoje cinco meses ainda sem respostas.
Ofício entregue a representantes municipais e federais da segurança pública pede que as investigações não sejam negligenciadas durante o período eleitoral - assunto que toma as pautas do país.
O documento também defende a realização de uma investigação independente, sem a presença de agentes do Estado, para trazer respostas sobre os responsáveis pela morte da vereadora.
“Estamos reivindicando que se constitua um mecanismo independente e imparcial, formado por especialistas, juristas, advogados, peritos que não tenham vínculo com o Estado que não tenham conflito de interesses e monitorem”, disse a diretora da organização, Jurema Werneck.
Ainda segundo ela, a Anistia Internacional tentou marcar uma audiência com secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, e também com o general interventor, Braga Netto, mas não obteve respostas.
“Esperamos que, para breve, eles nos recebam. Hoje protocolamos novamente o pedido de audiência”, disse.
Questionado, o general Richard Nunes argumentou que não podia se encontrar com o grupo nesta terça-feira e disse que pretende marcar uma nova data.
Parentes
A família de Marielle continua cobrando soluções para o crime. Marinete da Silva, mãe da vereadora, disse que estranhou a falta de resposta da Secretaria de Segurança.
“Está na hora de alguém, pelo menos uma vez por mês ou por semana, dar uma resposta para a família, para a sociedade. A gente espera que eles nos recebam pelo menos, já que não fomos recebidos até agora”, cobrou.
O pai de Marielle, Antônio Francisco, reforçou que a família não descansará enquanto não houver solução para o crime. Ele também falou sobre a dor de não ter a filha por perto no Dia dos Pais. “O Dia dos Pais, para mim, foi dia de Marielle. O dia todo eu só falei da Marielle, foi o que me segurou para que eu tivesse condições de passar o domingo.”
Quanto à proposta do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, de passar a coordenação das investigações para a Polícia Federal, a família não mostrou apoio. Para Mônica Benício, viúva de Marielle, a atitude é precipitada.
“A Polícia Civil vem fazendo um trabalho com certa dificuldade, mas com competência. O delegado Giniton é bastante sério, sem histórico de corrupção, o que é fundamental nesta conjuntura do país. A gente quer os resultados desta investigação e os resultados corretos”, disse.
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