Caio Matheus afirma que ele e colegas que assumiram prefeituras na virada de 2016 para 2017 viveram pior momento econômico. / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL
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Tempos de dificuldades, cortes de gastos, buscas por parcerias e obras na rua. É assim que o prefeito de Bertioga, atualmente em seu último ano de mandato à frente da Prefeitura, descreve o cenário encontrado por ele ao assumir o município.
Nesta semana, o Diário do Litoral foi recebido pelo prefeito mais jovem da história do município, também mais jovem da Baixada Santista, para refletir sobre os últimos anos e traçar planos para o futuro ainda incerto enquanto as eleições municipais batem à porta da Região. Caio Matheus (PSDB) afirma que o governo foi marcado por 'colocar obra na rua' e almeja obter mais quatro anos à frente da cidade para dar prosseguimento ao que conseguiu conquistar até aqui.
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Diário do Litoral - Como avalia seu governo até hoje?
Caio Matheus - De maneira sucinta: mesmo com diversas adversidades, desafios que são inerentes do cargo e a cada dia é uma nova demanda, surpresa. Para qualquer gestão que assumiu nesses últimos quatro anos, muita coisa não dá pra ser enxergada do lado de fora e apenas aqui dentro que temos a situação de cada um dos municípios. O que posso dizer é que tudo está correndo de acordo como planejado. Em 2017 e 2018 foram importantes na questão de trabalho para reequilibrar o orçamento da cidade e fomos obrigados a fazer contenção de despesas, diminuir alugueis, gastos com carros, ou seja, fazer uma gestão para enxugar. Com isso a gente conseguiu equilibrar orçamento, pagar dívida e de 2019 para 2020 temos potencial de investimento maior, fizemos projetos importantes para tirar do papel e tornar realidade. Desses meses para cá Bertioga entrou num momento muito importante de 'obra na rua'.
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DL - O que a população já vê nesse sentido e poderá ver?
CM - A cidade tem quase 80% das suas ruas para serem pavimentadas, drenadas e hoje posso afirmar que estamos com o maior programa de pavimentação e drenagem da história de Bertioga. Afirmo isso tranquilamente e respondendo ao nosso compromisso de campanha que foi levar obras aos bairros. Sempre houve aquele comentário, 'as coisas só acontecem no Centro', a gente promoveu desde que entramos a descentralização dos serviços, principalmente não só quando falamos de infraestrutura, mas também de serviços, como por exemplo, para o extremo norte de Bertioga que é divisa com São Sebastião para tentar nivelar. Temos esse desafio porque a cidade é comprida e ela tem quase 50 km de rodovia então as pessoas que moram em Boracéia ficam distantes dos serviços. Então fizemos uma regional norte, uma Vila do Bem com diversos serviços e estamos distribuindo a infraestrutura.
DL - Depois do pedido de socorro ao Doria devido aos empecilhos com áreas de proteção ambiental, houve algum avanço?
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CM - Teve evolução. Cerca de 93% de Bertioga é de preservação permanente, sobra aí 6 ou 7% de zona de ocupação urbana, só que dentro desta própria área urbana nós não aproveitamos nem 3%. Não queremos construir para dentro do parque, nosso principal é a preservação ambiental e isso valoriza Bertioga. Nosso turismo ambiental está numa crescente. Nós não queremos mais vantagens, não é isso, queremos aproveitar melhor a nossa própria área urbana. Há espaços vazios que não são bem aproveitados e de lá para cá percebemos uma significativa melhor no trâmite dos processos na Cetesb e estamos sendo melhor ouvidos nesse Governo Doria, especialmente pela Secretaria de Meio Ambiente. Estamos para montar até mesmo um grupo para realizar um plano de melhor aproveitamento desta área urbana para fazer as devidas compensações. É muito mais vantajoso para nós trabalhar com preservação.
DL - É um foco seu aumentar a área residencial?
CM - Existe porém ainda uma falta de compreensão sobre a necessidade de habitação popular, de metro quadrado mais barato por parte do judiciário que acaba 'judicializando' tudo. Independente de estar certo ou errado, breca, dá uma freada, embarga e aí perdem-se anos. Quero lutar para dar mais oportunidade para que as pessoas deixem o aluguel e comprem suas casas.
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DL - Está ocorrendo mais apoio do Governo Estadual?
CM - Em vários setores. O Doria, em campanha, veio aqui e fez dois grandes compromissos: o primeiro era duplicar e ampliar a Rio-Santos e o segundo era de ampliar o hospital e em ambos os casos estão bem acelerados, havendo essa concessão, deveremos construir passagens do lado inferior da via para facilitar o tráfego da população. Já o hospital deverá receber um investimento de R$ 11,5 milhões para que a unidade de saúde seja ampliada, dando mais fôlego.
DL - Vai pra reeleição?
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CM - Claro. A gente passou dois anos a pão e água reequilibrando as contas e é difícil para que as pessoas entendam nossas dificuldades e não as culpo. A população acha que o orçamento é infinito e nós não temos como fazer qualquer coisa que queremos. Eu vou ser candidato à reeleição porque achamos importantíssimo dar continuidade a esse projeto que está se mostrando vencedor, responsável e correto. Todo mundo é imediatista, eu mesmo sou ansioso, temos expectativas, mas muitas vezes, pelas pessoas estarem distantes, não entendem como funciona uma Prefeitura.
DL - Caso vença, serão quatro anos mais tranquilos?
CM - Calma total. O mar turbulento já passou.
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